SAÚDE. Fórum de Entidades Empresariais anuncia apoio para que HC atenda casos de alta complexidade

Dos grandes hospitais gaúchos apenas três, um deles o Hospital de Caridade Dr Astrogildo de Azevedo, de Santa Maria, não têm convênios com o Sistema Único de Saúde para atender casos de alta complexidade. Aqui, apenas hemodiálise, através de uma clínica privada que funciona na instituição, tem o serviço conveniado, da mesma forma que a Oncologia – que deverá ser paralisada por que o Estado não paga o serviço.

Tudo isso foi tratado ontem em reunião do Fórum de Entidades Empresariais, que anunciou o engajamento na ideia do credenciamento do HC para prestart serviços de alta complexidade pelo Sistema Único de Saúde. Para mais detalhes, vale conferir o material publicado hoje pelo jornal A Razão. A reportagem é de Ramiro Guimarães (texto) e Fabiano Dallmeyer (foto). A seguir:

“A manutenção e a possível ampliação dos serviços prestados pelo Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo via Sistema Único de Saúde (SUS) foi a pauta do encontro de ontem do Fórum das Entidades Empresariais. Uma comitiva do Hospital apresentou ao grupo de empresários um panorama da atual situação da instituição e o risco de suspensão de alguns procedimentos. A mobilização do momento é para que o Caridade seja habilitado pelos governos Estadual e Federal para prestar atendimentos de alta complexidade. Seria o caminho para aliviar o déficit mensal de mais de R$ 500 mil que é acumulado mensalmente e assegurar que a população continue encontrando o hospital de portas abertas.

“Eu sei que nós estamos aqui pintando um quadro da saúde que não é bonito nem bom. Mas, também, não é nada que não seja superável. Basta que nos mobilizemos para isso”, desabafou o novo provedor do Hospital de Caridade, Pio Trevisan, que tomará posse oficialmente amanhã.

Atualmente, o Caridade realiza apenas um serviço de alta complexidade, que é a hemodiálise, prestado por um clínica privada. Com o credenciamento via SUS, o Hospital poderia oferecer essa especialidade e outras tantas gratuitamente para a população em geral e, o mais importante, sem o risco de interrupção, como deve ocorrer com a Oncologia, a partir de uma determinação da Secretaria de Estadual de Saúde. Por falta de recursos, o contrato para tratamento de pacientes de câncer será suspenso, aumentando, assim, a sobrecarga do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Entre os maiores hospitais do Rio Grande do Sul, apenas três não estão habilitados para atender, via SUS, allta complexidade. Um deles é, justamente, o Caridade.  

“Existe uma ideia, da maioria da população, do que é a alta complexidade. Não significa que serão feitas apenas cirugias específicas, como cirurgias cardíacas, por exemplo. Não é isso. Significa, na verdade, que estaremos aptos a dar uma atendimento pleno e integral ao paciente, desde o atendimento ambulatorial. O Hospital estará habilitado para fazer aquilo que ele tem condições e estrutura para fazer”, explica o coordenador médico do SUS no Caridade e no Hospital Alcides Brum, Luiz Gustavo Thomé.

Força política

Entre as resoluções tiradas na reunião de ontem do Fórum das Entidades Empresarais está a que será elaborada uma carta aberta em apoio ao Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo e pelo credenciamento dos serviços de alta complexidade. Uma visita também será agendada ao hospital para dar mais publicidade ao caso. O objetivo é informar a comunidade e mobilizar os agentes políticos para a “luta” do Caridade.

“Hoje, temos quatro processos de solicitação de alta complexidade tramitando, para os setores de Cardiologia, Oncologia, Cirurgia Bariátrica e a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A população precisa saber disso, pois será um ganho da comunidade de Santa Maria”, destaca a diretora executiva do Hospital, Angela Maria Perin.

Hoje, uma equipe do Governo do Estado estará em Santa Maria para avaliar as instalações do setor de Cardiologia do Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo. Será o primeiro passo para o credenciamento do atendimento dessa especialidade em alta complexidade via SUS.”

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