Um (novo) mito da caverna – por Vitor Hugo do Amaral Ferreira
Platão, autor de A República, descreveu o mito da caverna. Em síntese, a parábola trata da relação dos habitantes da caverna com o mundo externo. Na caverna, por uma fresta, passa um feixe de luz, e os seres humanos que a habitam enxergam sombras do mundo externo, acreditando estar ali o mundo real.
Quando descobrem que as paredes apenas refletem parte de um mundo deparam-se com a realidade. Ao sair da escuridão, maravilhados com o além das sombras, são cegados pela luz do mundo real e, aos poucos, passam a fazer parte desse novo mundo – iluminado.
A parábola da caverna exemplifica o aprisionamento à escuridão e a liberdade por meio da luz da verdade. Em metáfora, Platão discute o conhecimento, linguagem e a construção do Estado ideal. Imaginemos prisioneiros que são libertos e passem a conhecer as possibilidades da liberdade – saiam da caverna.
Passa em meus pensamentos que vivemos o tempo do mito das cavernas, um novo tempo de sombras. Outrora sombras em paredes de pedra; hoje imagens, reflexos e posts em telas de cristal de led. Saímos das sombras, mas os tempos iluminados também nos cegam, escurecem a realidade.
Desconfio, nossa realidade é mais de sombra que verdade, sendo assim, não posso falar de realidade, mas sim de sombra… Precisamos novamente sair da caverna, sábio Platão: o que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê.
Vitor Hugo do Amaral Ferreira
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