MÍDIA. Pimenta, indignado, emite Nota sobre matéria do Diário de SM, que tentaria vinculá-lo à “Lava Jato”

O deputado federal Paulo Pimenta, que também é jornalista, emitiu “Nota de Esclarecimento” neste domingo. O documento, enviado à mídia, trata de reportagem PUBLICADA no meio da semana pelo jornal Diário de Santa Maria, em que trata da Operação Lava Jato.

A Nota não poupa críticas ao jornal do Grupo RBS, e, por exemplo, a linhas tantas repele o que seria postura do veículo: “fatos distorcidos, manipulação da informação e ataques deliberados, não!”.

Deixando claro que, se o DSM quiser, o espaço aqui está disponível, SEMPRE, confira a Nota do parlamentar, que veio acopanhada também da imagem reproduzida abaixo:

“NOTA DE ESCLARECIMENTO

29.03.2015 – Nesta semana, o jornal Diário de Santa Maria se valeu de recursos de manipulação, no sentido de induzir o leitor a algo não verdadeiro, práticas conhecidas de quem trabalha com comunicação, mas muitas vezes desconhecidas da maioria dos leitores. Em jornalismo não há nada mais desonesto do que um veículo de comunicação se utilizar da sua finalidade de informar para distorcer os fatos e confundir a opinião pública.

Em uma matéria, portanto, desonesta, o jornal Diário de Santa Maria buscou, num esforço fantasioso, aproximar meu nome da Operação Lava-Jato, colocando em um mesmo patamar de informação-e-compreensão DOAÇÕES LEGAIS de campanha e recebimento de dinheiro ilegal. Minha atuação política não será objeto de desonestidade jornalística por parte do Diário de Santa Maria.

A construção discursiva do Diário de Santa Maria está elaborada de maneira a produzir um sentido que tem por intuito criminalizar minha conduta perante aos gaúchos e gaúchas, forçando uma situação que não é correta, muito menos, concreta.

Esclareço mais uma vez a todos os meus 140 mil eleitores e eleitoras e a toda sociedade gaúcha que não há nem uma contestação sequer por parte das autoridades sobre irregularidades em nosso trabalho, ou sobre as DOAÇÕES LEGAIS que recebemos, devidamente declaradas, como estabelece a Justiça Eleitoral, e aprovadas por unanimidade pelo TRE, fatos que são de conhecimento do Diário de Santa Maria, o que me leva a reafirmar o propósito desse jornal em reinterpretar a realidade ao seu bel-prazer e sem qualquer compromisso com um jornalismo ético. 

Aliás, essas mesmas empresas a que se refere o Diário de Santa Maria também são as mesmas que compram espaços publicitários com alta frequência nos veículos do Grupo RBS. Daí a supormos que a RBS também recebe dinheiro suspeito das empresas da Lava-Jato seria uma leviandade e um oportunismo ignorante. 

O Grupo RBS – apesar de divergir de sua linha editorial – é reconhecido pela qualidade de seus profissionais, RBS TV, Rádio Gaúcha, Zero Hora, entre outros, que merecem ser respeitados e que primam pelo bom senso em suas coberturas jornalísticas, equilíbrio e pela garantia ao contraditório. Diante do mesmo episódio, a Zero Hora fez uma construção informativa cuidadosa e sem que se verifique qualquer tentativa de falsear a verdade, diferentemente do que foi observado na matéria do Diário de Santa Maria, que faz um jornalismo de péssima qualidade e irresponsável. Confundem seus leitores de maneira proposital e com claro interesse de transmitir a sensação de que todos são iguais e compactuam com tais práticas ilegais.

Sim, é certo que o Diário de Santa Maria possui também seus profissionais dignos. Entretanto, há uma deliberação por parte de alguns de seus jornalistas e profissionais de tentar criminalizar minha conduta política com o objetivo de desconstituir as ações coletivas do nosso mandato, que, ao longo desses anos, vem sendo respaldada e reconhecida pelos gaúchos e gaúchas. Não é a primeira vez que o Diário de Santa Maria se esforça e deforma a realidade para imputar ao nosso mandato finalidades que não estão de acordo com a coerência da minha trajetória.

Apesar disso, sempre tive uma relação franca e respeitosa com o jornal Diário de Santa Maria. Mesmo quando verificados seus equívocos jornalísticos, dito de outra forma, textos sem pé nem cabeça, em razão da incapacidade desse jornal de realizar, minimamente, a leitura da política no plano nacional.

Entretanto, erros cometidos por inabilidade de leitura ou por inexperiência são, até, justificáveis.

Fatos distorcidos, manipulação da informação e ataques deliberados, não!

A matéria do Diário de Santa Maria não teve nenhuma pretensão jornalístico-informativa, mas, sim, apenas o intuito de prejudicar minha imagem, tentando colocar meu nome no mesmo nível de parlamentares que devem explicações à Justiça e à sociedade brasileira. 

Verificada, agora, mais uma vez, a tentativa de colocar a credibilidade do nosso mandato em dúvida, sem quaisquer motivos, devo reconhecer que foram transpostos todos os limites existentes de um jornalismo que pretende seriedade.

Minha atuação política nunca se baseou na sustentação por parte de qualquer veículo de comunicação para que eu pudesse dialogar com os gaúchos e gaúchas. Nossa sustentação é fruto do trabalho militante de companheiros e companheiras, e de pessoas que acreditam que de forma conjunta podemos realizar e transformar para melhor nossas cidades, Estado e País.

Não cobro direito de resposta do Diário de Santa Maria, nem tenho qualquer preocupação com uma possível retratação do jornal, pois sei – e até aqui já está claro para todos que me acompanham – qual o objetivo desse jornal. Entretanto, o leitor do Diário de Santa Maria deveria ser respeitado. E em jornalismo respeitar o público significa NÃO CONFUNDIR o leitor, mas, sim, ESCLARECÊ-LO.

O efeito pretendido pelo jornal Diário de Santa Maria não será alcançado por não encontrar sustentação na realidade, muito embora esse fosse o desejo de seus jornalistas que redigiram tal matéria. A eles digo: a vontade pessoal de vocês para que tal fato fosse verdadeiro não é suficiente para transformá-lo em uma verdade. 

Paulo Pimenta

Jornalista formado pela UFSM e deputado federal pelo PT-RS.”