Dos 32 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral, apenas quatro não receberam doações das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato. Bom repetir: apenas quatro. O que mostra, claro, que elas não brincam em serviço e cercam todos os lados de um certame eleitoral.
Agora, também é verdade que os grandões recebem o maior incentivo. Assim é que não apenas o PT (como tem sido enfatizado), mas também PSDB e PMDB, os tubarões da luta política, são os melhor aquinhoados. Juntos, têm mais de dois terços do total doado. Sobre isso, e também a discussão sobre a forma de financiamento de campanha, vale conferir o material originalmente publicado no portal Congresso em Foco. A reportagem é de Sara Resende e Edson Sardinha, com foto de Divulgação. A seguir:
“PT, PSDB e PMDB receberam 70% das doações das investigadas…
… As empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato destinaram 70% das doações que declararam à Justiça eleitoral em 2010 e 2014 a candidaturas do PT, do PSDB e do PMDB. Dos R$ 930 milhões (em valores atualizados pelo IPCA/IBGE) repassados por essas empresas, R$ 660 milhões bancaram candidatos dessas três legendas. O PT ficou com R$ 308 milhões (33%), o PSDB com R$ 189 milhões (20%) e o PMDB com R$ 162 milhões (17%).
Essas construtoras financiaram, ainda, outras 25 legendas com R$ 270 milhões. Ou seja, dos 32 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral, 28 (87%) foram financiados nas duas últimas eleições gerais por empreiteiras acusadas pelo Ministério Público Federal de integrar um cartel para desviar recursos da Petrobras, o chamado “clube do bilhão”. Apenas o Psol, o PCB, o PSTU e o PCO – legendas de esquerda e extrema-esquerda que não costumam receber doações de empresas não foram beneficiadas pelo grupo.
Só no ano passado, PT, PSDB e PMDB tiveram um auxílio de R$ 306 milhões dos grupos Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Engevix, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Toyo Setal e UTC Engenharia. Dessas, só a Toyo não doou a esses três partidos em 2010. Naquele ano, além das oito construtoras citadas anteriormente, também contribuíram a IESA, a Mendes Junior e a Promon. Juntas, essas 11 empresas repassaram R$ 276 milhões (R$ 353 milhões em valores atualizados) para candidaturas petistas, tucanas e peemedebistas. O levantamento considera as quantias declaradas à Justiça eleitoral.
Financiamento privado
Coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), o juiz Márlon Reis avalia que a difusão dessas doações entre os partidos enfraquece o argumento da oposição de que apenas o PT se beneficiou da relação com as empreiteiras. “A oposição está devendo à população um comportamento contrário ao do governo. Ela está perdendo a oportunidade de denunciar as doações ilícitas”, diz o juiz.
Para ele, o problema não se restringe a uma sigla ou outra, vem do modelo de financiamento privado. “As doações provenientes de empresas investigadas na Operação Lava Jato desmoralizam todos os que receberam os recursos, mesmo que indiretamente”, afirma Márlon.…”
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VEJA QUANTO CADA PARTIDO RECEBEU DAS INVESTIGADAS EM 2010 E 2014 (AQUI)
Muitos receberam, mas só os partidos que estão no governo poderiam retribuir o favor. O conceito de corrupção envolve uma vantagem indevida mediante retribuição (monetária ou não).
Não foi o sistema que fabricou os corruptos, foi a falta de vergonha. Ninguém compra o que não está a venda.