SAÚDE. Audiência pública deixa claro quem é quem, no debate sobre a gestão do futuro Hospital Regional
A rigor, ninguém tem condições de afirmar quando vai começar a funcionar, para o público (que é o principal, convenhamos) de Santa Maria e do Centro do Estado, o Hospital Regional, uma obra que já tem mais de uma década. Inclusive porque o prédio, a infraestrutura urbana e os equipamentos, alguns estão quase, outros longe estão de prontos e os últimos sequer foram comprados.
Mas a questão, no momento, é sobre a gestão do HR. Aparentemente, há duas vertentes. Uma que defende o convênio já firmado entre o Governo do Estado (na Administração passada) com a Ebserh, a empresa gestora dos hospitais universitários, inclusive o HUSM. Outra que quer mais discussão ou, preferencialmente, que o Hospital seja gerido por uma instituição filantrópica.
Isso, e mais algumas coisas ficaram bastante claras na audiência pública realizada numa Câmara de Vereadores lotada, nesta sexta-feira. O evento foi promovido pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, que tem como presidente o santa-mariense (e ex-prefeito) Valdeci Oliveira.
Para saber mais sobre aconteceu, você tem, na sequência, o material que é publicado neste final de semana, pelo jornal A Razão, em reportagem de Joyce Noronha (texto) e Deivid Dutra (foto). Lá embaixo o leitor tem condições de conferir três outras versões: do deputado Valdeci, do deputado Jorge Pozzobom e também do prefeito municipal Cezar Schirmer. Cada qual por sua assessoria. Acompanhe, antes, o texto da Joyce:
“Tentativa de decidir gestão do Regional divide opiniões…
…A audiência pública da Assembleia Legislativa sobre o futuro do Hospital Regional, sexta-feira pela manhã, na Câmara de Vereadores de Santa Maria, teve desde aplausos calorosos até vaias. O encontro convocado pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia recebeu na mesa representantes da saúde e políticos. O presidente da Comissão, o deputado estadual Valdeci Oliveira (PT) coordenou as apresentações.
A diretora do Hospital Universitário (HUSM), Elaine Resener, apresentou dados sobre a infraestrutura do Regional e as especialidades que o complexo disponibilizará para Santa Maria e região. De acordo com Elaine, aprovar a gestão do regional pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) vai garantir mais 1,2 mil empregos, que serão oferecidos via concurso público. Ela ainda salientou que as especialidades de Traumatologia e Ortopedia em média e alta complexidade serão a prioridade nos cerca de 9,2 mil atendimentos que o complexo deverá realizar por mês.
As autoridades políticas iniciaram os discursos após a apresentação de dados de Elaine. Mais uma vez, não houve consenso sobre a gestão do Regional ser feita pela Ebserh ou por outra empresa. Os representantes da área da Saúde e os políticos apresentaram argumentos para defender a administração pela Ebserh, ou para fazer um novo estudo sobre qual seria a melhor empresa indicada para o serviço.
Estado
A secretaria de Saúde do Estado foi representada pelo diretor do Departamento de Atenção Hospitalar e Ambulatorial da pasta, Alexandre Brito. Em um rápido discurso, ele destacou que o governo estadual quer saldar as dívidas sem comprometer os atendimentos da Saúde. “O foco é atender as demandas do Rio Grande do Sul sem descuidar da qualidade da saúde pública”. Brito também apontou que o objetivo da audiência era ouvir a população. “O que for decidido aqui, será apoiado pelo governo”, conclui.
Deputado é vaiado
O deputado federal Osmar Terra (PMDB) foi secretário estadual de Saúde por oito anos e defendeu que o planejamento original do Hospital Regional é que o complexo realize atendimento geral. “O plano não era transformar o Regional em um hospital escola ou especializado em uma área. Se assim for, acredito que continuaremos mandando pessoas da região para outros centros a fim de conseguir atendimento”, opinou.
Após o discurso, outros componentes da mesa contestaram falas do deputado federal. Na tréplica, Terra insinuou que hospitais-escola mantêm pacientes internados por mais tempo com o propósito de aprofundar ensinamentos para os profissionais em formação. Em seguida, o parlamentar argumentou que este tipo de atitude é oneroso para Estado. O público presente não gostou da maneira na qual Terra se pronunciou e vaiou o peemedebista.
Em defesa da Ebserh
Após muitos argumentos apresentados, o secretário executivo da Ebserh, Luiz Vicente Aquino, apresentou algumas informações em defesa da empresa. Aquino aponta que, ao contrário do que alguns políticos mencionaram na mesa, a Ebserh não foi criada apenas para cuidar da gestão de hospitais universitários. “No país, a Ebserh abriu sete novos hospitais que disponibilizam 2,1 mil leitos para os brasileiros. E mais, precisamos de mais profissionais na área da saúde para ampliarmos o atendimento à população. Para formarmos profissionais, antes precisamos ensiná-los”, observou Aquino.”
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Prezado Sr.
Primeiramente quero comprimenta-lo pela imparcialidade da sua matéria. Acrescentaria apenas a colocação: "Vários representantes do Conselho Municipal de Saúde – que defende o interesse dos usuários do SUS – manifestaram-se no sentido de que a empresa pública (Ebserh) tivesse prioridade na gestão do hospital público, além de cobrarem uma definição rápida para que o Hospital Regional possa finalmente sair do discurso".