KISS, 29 MESES. Para não esquecer, ato religioso e o tradicional minuto do barulho. Ah, e tem vigília também
Há exatamente dois anos e cinco meses, na madrugada de domingo, 27 de janeiro de 2013, uma tragédia na boate Kiss levaria à morte 242 meninos e meninas. A quase totalidade ali mesmo. Alguns, ao longo dos dias seguintes.
Há quem imagine ser possível esquecer. Não é. Pelo menos enquanto não houver justiça. Para começar, não há ninguém preso, embora os sinais de crime sejam tão evidentes que é impossível (pelo menos este editor assim considera) não haver responsabilizações maiores, exceto as que (ainda cabendo recurso) recaíram sobre dois militares vinculados aos bombeiros.
As famílias e a comunidade, em sua maioria, não esquece. E a cada dia 27 eventos se encarregam de manter o assunto disponível a quem por ele se interessar. Neste sábado, por exemplo, há três fatos acontecendo.
Um deles, já tradicional, é o ato religioso. Que, desta vez, acontecerá na paróquia católica Santo Antonio, no Bairro Patronato. Antes, e no mesmo local, outro evento, igualmente conhecido desde o primeiro mês seguinte à tragédia: o minuto do barulho. Uma forma de homenagear a juventude das vítimas.
O terceiro deles ocorre ao longo do dia, na tenda montada em frente ao Banrisul, no centro da cidade e a 300 metros do local da carnificina: uma vigília feita por integrantes da Associação dos Familiares das Vítimas e quem mais a eles quiserem se juntar.
Não ao esquecimento. Definitivamente, não!
Enquanto a Justiça, de fato, não for feita e que todos que tiveram de modo negativo participado, seja direta ou indiretamente, de modo culposo ou doloso, que tenham sido omissos em suas funções,negligentes, irresponsáveis e até desleixados, seja como for, todos devem responder com seus graús de culpa. O absurdo é ABSOLVER, declarar inocentes a quem deveria por suas atribuições evitar, diminuir,contribuir de modo ativo, positivo antes que uma tragédia anunciada ocorresse. E agora vemos os minimamente fracos promotores do MP absolvendo bombeiros que tentaram esconder suas falhas, tentaram colocar documentos no PPCI posteriores a tragédia. Bombeiros que "foram induzidos ao erro" não recebem nem a punição de afastamento e reciclagem. Não recebem punições administrativas por serem igualmente fracos. E ainda lemos outros representantes do MP defendendo e omitindo todos os itens das acusações originais. Acham que esqueceremos o que nunca poderá ser esquecido. Meias verdades são típicas da História. O que o pior deles,Joseph Goebbles ministro da propaganda de Hitler conseguiu enganar (por pouco tempo) à muitos: "Uma mentira contada muitas vezes acaba virando verdade." O conservadorismo que vivem ainda Poderes constituídos que nós pagamos, não percebem os sinais dos tempos. A falta de informação e o conhecimento damaioria não é mais aceitável nos tempos atuais e cada vez menos. Acordem os que ainda podem, pois os que ficaram do lado contrário a Justiça Social e Direitos fundamentais da cidadania não terão retorno. Não escaparão nem pelo tempo nem pela informação.