Artigos

Os olhos de Christopher – por Bianca Zasso

DRACULA (1958)O ano passado foi complicado para o cinema. Isso porque as perdas de grandes atores, atrizes e diretores aconteciam quase toda a semana. Pode ser o sinal dos tempos. Nossos ídolos uma hora se vão, mas 2014 judiou dos corações dos cinéfilos. E, para nossa tristeza, parece que 2015 não quer ficar para trás.

Christopher Lee nos deixou há alguns dias e a maioria das matérias sobre sua passagem citaram sua participação na Trilogia O senhor dos anéis. Nada tenho contra Saruman, muito pelo contrário, mas Lee viveu 93 anos de vida intensamente e esteve presente em produções muito mais interessantes que a saga filmada por Peter Jackson.

Seus filmes produzidos pela inglesa Hammer merecem um texto especial, isso sem contar os ótimos O chicote e o corpo, do diretor italiano Mario Bava e O homem de palha, de Robin Hardy.  Porém, a emoção foi o que imperou na hora de escolher uma produção protagonizada por Lee para ser resenhada nesta coluna. Se bem que é solene demais chamar de resenha o que, tenho certeza, não será nada mais que uma declaração de amor.

Esta que vos escreve tinha pouco mais de dez anos quando assistiu pela primeira vez Drácula- O Vampiro da noite, filme de 1958 responsável por eternizar o rosto de Christopher Lee como o mais famoso chupador de sangue que há. Bela Lugosi pode até ser um clássico, mas foi com Lee que o medo imperou. Para a minha geração, nem tão inocente quanto a da década de 30 (época do filme com Lugosi) e nem tão moderna como a que acha que filme de terror tem que ter tortura, o Drácula de Lee teve um impacto grande.

Lembro que, até então, achava os filmes de terror mais engraçados que assustadores. Ao me deparar com os olhos de Lee, cheios de fúria diante de suas vítimas, tremi pela primeira vez diante de uma tela. Não era na sala escura e a TV não devia ter mais que 14 polegadas. Mesmo assim, é um dos símbolos do medo na minha galeria de sentidos.

Pode ser que meus filhos achem graça da interpretação de Lee. Sabe-se lá o que vão inventar para meter medo até eles nascerem. Porém, não se pode negar sua dedicação ao cinema, sua entrega seja na saga Star Wars ou em pequenas participações a convite de seus fãs.

Lee era ator até o último fio de cabelo. Alto, elegante, cara de mau e talentoso. Sem medo de errar ou de parecer ridículo. Isso efeito especial nenhum supera. O humano ainda continua sendo a mais assustadoras das criaturas. Veja os olhos de Lee. E tente não tremer.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo