POR MAIQUEL ROSAURO
Teve início nesta sexta-feira (24), em Santa Maria, o seminário que trata do atendimento de saúde, social e psicólogo prestado às vítimas da Boate Kis. Confira os detalhes na matéria (e foto) da assessoria de imprensa do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM):
Seminário e Amostra de Pesquisa sobre desastre da Boate Kiss reúne entidades envolvidas no Cuidado das vítimas
O desastre de 27 de janeiro de 2013 segue fazendo vítimas, mesmo depois de transcorrido 2 anos e meio da tragédia. Sobreviventes diretos do incêndio da Boate Kiss e familiares enfrentam novos problemas – alguns ainda de sequelas físicas resultantes da fumaça tóxica inalada, mas a maioria deles oriundo de sequelas emocionais. Os que os serviços de saúde fizeram por essas vítimas? O que têm feito e o que ainda é preciso fazer? Por quanto tempo os sobreviventes de 75 cidades e 4 estados ainda precisarão de cuidados? E mais: o que esse desastre ensinou para os profissionais da saúde durante sua prática cotidiana? Em busca de respostas para essas e outras perguntas sete entidades envolvidas no cuidado das vítimas se reuniram na sexta-feira, durante todo dia na sede da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (APUSM). O desastre da Boate Kiss foi tema de discussão, troca de experiência e debate do II Seminário Integrado de Atenção á Saúde e I Amostra de Pesquisa.
Na abertura do evento, a Pró-Reitora de Extensão da UFSM, Teresinha Weiller, salientou que o processo de atendimento das vítimas da Boate Kiss foi longo, com várias etapas, com várias ações e muitos protagonistas , mas que os reflexos serão sentidos pelos próximos 10 anos.
– Foi a primeira experiência dessa magnitude no país. Toda nossa experiência, todos nossos erros e acertos servirão de referência nacional – disse.
A Gerente de Ensino e Pesquisa do HUSM, Beatriz Silveira Porto, relembrou a criação do Ciava (veja abaixo), logo após o desastre.
– Em nome do HUSM quero registrar nosso reconhecimento pelo empenho dessa equipe que trabalhou incansavelmente para minimizar os efeitos dessa tragédia, um grupo que se organizou para qualificar a assistência às vítimas – afirmou.
O deputado Estadual Valdeci Oliveira (PT), elogiou o atendimento dispensado por todos os órgãos até o momento, mas pediu um novo foco ao atendimento que será pactuado com o Ministério da Saúde.
– Estamos preocupados porque o tempo vai passando e os pais vão tendo problemas. Temos que reavaliar a pactuação. Parece que precisamos criar um centro para dar essa atenção – disse o deputado ao se referir a morte da mãe de duas vítimas da Kiss, ocorrida recentemente.
No turno da manhã foram apresentadas dezenas de pesquisas (algumas ainda em andamento e outras com resultados tabulados) desenvolvidas pelo CIAVA, Residências Médica e Multiprofissional do HUSM, PETS Saúde da Universidade Federal de Santa Maria e Acolhe Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de Santa Maria.
À tarde ocorreu uma reunião técnica exclusiva com os representantes dos órgãos gestores. Cada entidade teve meia hora para sua apresentação, que foi dividida em três falas: o que o serviço está fazendo; quais as principais dificuldades enfrentadas e quais as propostas de encaminhamento.
No sábado, 25, a pauta de discussão será a pactuação entre o Ministério da Saúde, o Estado e o Município para a manutenção dos serviços ofertados às vítimas e até mesmo a inclusão de novas especialidades/perfil de atendimento.
Para o futuro, o grupo do CIAVA irá lançar um livro (que já está no prelo) com todos os protocolos de atendimento.
O Evento foi uma iniciativa do Hospital Universitário de Santa Maria, da Universidade Federal, do Ministério da Saúde, das Secretarias Estadual e Municipal da Saúde, da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde e da Associação das Vítimas da Tragédia de Santa Maria (AVTSM).
O que é o CIAVA?
É um convênio firmado entre governos Federal (MS), Estadual e Municipal, que oferece monitoramento multiprofissional a pacientes e familiares que buscam retomar a rotina de trabalho e convívio social.
O CIAVA completou dois anos em 2015, reforçando o papel do HUSM no processo de assistência, ensino e pesquisa. Médicos, enfermeiros, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, profissionais da Terapia Ocupacional e do Serviço Social colocaram à disposição da comunidade muito mais do que seus conhecimentos nas diferentes áreas de atuação.
Têm demonstrado comprometimento e dedicação constantes na recuperação da saúde física e mental de todas as vítimas.
O projeto inicial previa acompanhamento das vítimas por cinco anos, mas o hospital se compromete em oferecer consultas a qualquer tempo, sempre que o paciente necessitar.
Nesse período, o HUSM sempre esteve de portas abertas para atender a todos. Entre consultas, exames, sessões de fisioterapia e fonoaudiologia foram 7.850 atendimentos.
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