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Debate. Fundações ajudam a criar a idéia de que “tudo pode ser vendido” nas Universidades

Em promoção dos sindicatos de docentes e servidores, e também da representação estudantil, aconteceu na sexta-feira, no Campus da UFSM, seminário para discutir as “fundações de apoio”. A maioria das opiniões foi crítica, para dizer o mínimo.

 

Um dos contundentes expositores foi o presidente do ANDES – Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior, Paulo Rizzo. Saiba o que ele disse, e também a manifestação dos demais participantes do evento, no texto enviado aos veículos de comunicação, pela assessoria de imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM – da qual também é a autoria da foto. Confira:

 

“Presidente do ANDES-SN diz existir

“capitalismo acadêmico” nas universidades

 

O presidente do ANDES- Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior, Paulo Rizzo (foto), disse na manhã desta sexta, 30, durante o seminário “As fundações de apoio e o futuro da universidade pública”, em Santa Maria, que existe hoje nas universidades públicas uma espécie de “capitalismo acadêmico”, através do qual tudo pode ser “vendido”. E, segundo ele, as fundações “ditas” de apoio cumprem papel fundamental nesse contexto. É através dessas instituições, que são privadas, mas, que, não teriam fins lucrativos que passam recursos públicos que, por sua vez, são apropriados de forma individual. “Não há recurso privado entrando na universidade, ao contrário, é recursos público que está sendo apropriado pelo setor privado”, afirma Rizzo. De que forma, ele mesmo responde: “primeiramente eram bolsas e hoje temos as consultorias”.

 

Paulo Rizzo faz uma acusação ainda mais contundente. Segundo ele, um dirigente de universidade (Reitor), atualmente, se elege com recursos das fundações. Ou seja, as fundações teriam assumido status de financiadoras de campanhas eleitorais à reitoria. “O poder agora está sendo conquistado através das fundações”. Em relação a essa afirmativa do dirigente do ANDES-SN, o representante da reitoria da UFSM na mesa, professor João Rodolpho Flores, que é pró-reitor adjunto de Extensão, negou que a candidatura de Clovis Lima e Felipe Muller (atuais dirigentes), em 2005, tenha tido recurso advindo das fundações de apoio.

 

A professora da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Marinalva Silva Oliveira, fez sua exposição relatando as diversas irregularidades constatadas na fundações de apoio da instituição da qual faz parte. Segundo ela, a FUNDAP foi fundada com o objetivo de apoiar o ensino, a pesquisa e a extensão, mas, a exemplo de outras, acabaram sendo responsáveis pela “privatização interna das universidades”. Diversas denúncias foram feitas ao Tribunal de Contas (TCU) contra a fundação. A partir da ação do TCU, a FUNDAP foi obrigada a fazer, por exemplo, a prestação de contas dos recursos que gerenciava.

 

Marinalva relatou a experiência vivenciada pela universidade de conviver sem fundações de apoio. Segundo a professora, apesar do argumento constante de que não se pode sobreviver sem as fundações, ela demonstra que na UNIFAP isso está sendo possível há dois anos. Conforme a docente, a FINEP (financiadora de projetos), coloca claramente que se pode fazer a opção entre mandar o recurso através de uma fundação ou para a conta da universidade. No caso do CNPq, a verba vai diretamente para a conta do pesquisador. No caso dos fundos setoriais de financiamento à pesquisa, a situação é similar a da FINEP, ou seja, se pode optar entra o recurso ser enviado através ou da fundação ou ir para a conta da universidade. “É possível sim viver sem fundação de apoio”, garantiu ela, enfaticamente.

 

REITORIA– O pró-reitor adjunto de Extensão, professor João Rodolpho Flores, falou durante sua exposição que num primeiro momento, a intenção da atual Administração da UFSM é “descartar relações com as fundações privadas”. Entretanto, segundo ele mesmo, é preciso enfrentar as situações já existentes. Na condição de integrante do conselho de uma das fundações, João Rodolpho diz que alertava para os problemas há algum tempo. Entre os aspectos que ele considera complicado está o de que, muitas vezes, as fundações fazem um “sombreamento” à própria pró-reitoria de Extensão, ou seja, projetos que não são aprovados pela via institucional, acabam indo parar na fundação. Ele destaca que a Reitoria sabe de diversos problemas que ainda estão por vir, dentre os quais destacou a questão de convênios feitos pelo CPD com instituições privadas. Porém, frisou que todos serão resolvidos passo a passo. Ainda segundo João Rodolpho Fores, é decisão da atual Reitoria fazer uma auditoria de todos os projetos existentes nas fundações.”

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, outras informações oriundas da assessoria de imprensa da Sedufsm.

 

 

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