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Adoro a Argentina, mas… – por Carlos Costabeber

Conheço pouco do interior da Argentina, mas a sua charmosa capital, Buenos Aires, é a cidade que mais gosto do curtir. Ainda mais que fica tão pertinho (uma hora e meia de avião de POA ao Aeroparque, ao lado do centro, e por apenas US$ 200 ida-e-volta).

Mas quando voltei agora em dezembro, fiquei ainda mais preocupado, se comparando com as visitas anteriores (março e agosto). Bem ao contrário do Brasil, a Argentina parece que “perdeu o rumo”. A Presidente Cristina Fernández de Kirchner, sacrificou ainda mais as já combalidas finanças do país, ao subsidiar bens de consumo, gás, transportes públicos e muito mais, só com objetivos eleitoreiros.

Além disso, a inflação real foi de uns 20/25%, só no ano passado, encarecendo o custo de vida e reduzindo tremendamente o poder aquisitivo dos assalariados.

E a inflação está afastando inclusive o turismo de compras dos brasileiros, que antes viajavam com a clara intenção de aproveitar os preços bem mais atrativos do que os nossos. Isso praticamente está no fim.

Mas ganha a eleição (foi uma “lavada”, pois assim como aqui no Brasil, lá a oposição é inexpressiva e desunida), começaram as medidas de correção de rumo, com o corte naqueles subsídios.

Sem falar na tentativa de “sufocar” a imprensa, que tenta alertar os argentinos para o que está acontecendo.

Também as intervenções no controle do CÂMBIO, deram mais uma mostra de que está instalada na Argentina uma “insegurança jurídica”, fazendo com que a população prefira guardar em casa seu dinheiro, a deixar depositado nos bancos. E mais: a fiscalização rígida do câmbio, fez renascer um “mercado negro” de dólares.

Para não me alongar, encerro citando a “guerra comercial” aberta contra o Brasil, uma vez que o nosso superávit na balança de mercadorias vem se multiplicando a cada ano.

A Presidente Cristina declarou, recentemente, que o país “não compraria nem um prego” de fora.

Assim, os exportadores brasileiros estão apavorados, pois a cada dia os argentinos impõem novas restrições aos produtos importados.

Só que, agora, entrou um componente novo nessa briga. Enquanto o Presidente Lula “fechava os olhos” para cada nova exigência dos hermanos, a Presidente Dilma “não está prá brincadeira”, e está “jogando pesado” contra essas restrições aos produtos brasileiros.

Basta ver o que está acontecendo com os veículos produzidos na Argentina, e que são exportados para cá.

Simplesmente, as guias para a internação, que eram emitidas de forma automática, agora levam no mínimo 60 dias – numa evidente retaliação comercial contra as sanções argentinas.

Claro que no, caso dos veículos, as novas regras atingem a todos os importadores. Mas quem tem sofrido mesmo são os procedentes da Argentina. Lembrando que a indústria automobilística daquele país só é viável, exportando para o Brasil – e não o oposto. Enquanto que o forte da nossa economia é o MERCADO INTERNO, o mesmo não ocorre com os argentinos.

Por fim, acredito que o que está acontecendo naquele país é o reflexo de uma série de erros históricos, e que se agravaram no período comandado pelo casal Kirchner. A cada nova decisão na área econômica e fiscal, “é um tiro que é dado no pé”, pois essa insegurança jurídica vai desestimulando os investidores, que ao invés de se sentirem incentivados passaram a se sentir ameaçados.

Já o Brasil, bem ao contrário, vive uma democracia plena, com liberdade de imprensa, economia crescendo, inflação sob controle, pleno emprego e com regras claras e bem definidas.

Mas, apesar disso tudo, a Argentina é um dos mais belos países do mundo, e que tem a capital mais charmosa das Américas.

Amo Buenos Aires! Recoleta, Puerto Madero, Palermo, Teatro Colón, Plaza San Martin, Rio da Prata; arquitetura européia, restaurantes de qualidade, parques bem cuidados, ruas arborizadas, belos museus, livrarias grandiosas, shows de tango, gente hospitaleira e culta!

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