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RECONHECIMENTO. Egressa da UFSM recebe um prêmio internacional destinado a mulheres cientistas

Daiana Silva Avila, hoje na Unipampa: "Este reconhecimento, em início da carreira, traz mais motivação e confiança para dar continuidade ao trabalho" (foto Arquivo Pessoal)
Daiana Silva Avila, hoje na Unipampa: “Este reconhecimento, em início da carreira, traz mais motivação e confiança para dar continuidade ao trabalho” (foto Arquivo Pessoal)

Por SABRINA CÁCERES, bolsista na Agência de Notícias da UFSM

Neste mês de outubro, ocorrerá a cerimônia de premiação da 10° edição do “Para mulheres na Ciência”, único programa brasileiro voltado às mulheres cientistas, realizado em parceria entre a Unesco no Brasil e a Academia Brasileira de Ciências (ABC). Na ocasião, a egressa do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica Toxicológica da UFSM Daiana Silva Ávila receberá um prêmio pelo estudo de uma nova terapia para a doença Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença genética, degenerativa e sem cura.

Daiana conta que o reconhecimento logo no início da carreira foi uma grande surpresa e que receber este prêmio indica que estão no caminho certo, que trabalhar com dedicação e com amor ao que se faz é importante e, principalmente, que se pode fazer a diferença.

A pesquisadora trabalha com neurotoxicologia utilizando um modelo alternativo chamado Caenorhabditiselegans (C.elegans), que é um verme não-parasítico que oferece muitas vantagens nas áreas de toxicologia e farmacologia. Esse verme apresenta muita similaridade genética com humanos, explica Daiana, o que o torna um modelo interessante para avaliação prévia de novas drogas e novas terapias. O modelo C.elegans é muito utilizado nos países desenvolvidos, nos quais trabalhar com mamíferos é muito mais complicado em função das questões éticas. Já no Brasil e América Latina este modelo e outros invertebrados são pouco utilizados.

Daiana, que atualmente trabalha na Unipampa de Uruguaiana, começou a trabalhar com C.elegans em 2008, quando foi fazer uma parte do doutorado sanduíche nos Estados Unidos, graças a uma parceria entre os professores Félix Soares e João Batista Teixeira da Rocha, do Departamento de Química da UFSM, e o professor Michael Aschner, da Vanderbilt University (Tennessee, Nashville). O estudo sobre a nova terapia para a ELA faz parte da dissertação de mestrado da aluna de Daiana no Programa de Pós-Graduação em Bioquímica da Unipampa, Ana Helena Dal Forno.

O trabalho está em andamento e por isso elas têm poucos resultados ainda. “Estamos padronizando os parâmetros que serão observados nos animais que apresentam a doença, como por exemplo paralisia motora, estresse oxidativo e danos neuronais”, diz Daiana.

Ana Helena, aluna de mestrado de Daiana, foi quem levou o tema à atenção da professora. Então, escreveram o projeto e submeteram para apreciação dos avaliadores do “Para mulheres na Ciência“.

A ideia das pesquisadoras para a nova terapia é associar dois compostos que são ingeridos em baixas concentrações diariamente na dieta humana, a vitamina E e o carboidrato trealose. Isoladamente, já foram observados alguns benefícios destas biomoléculas, entretanto não se mostraram mais eficientes do que o medicamento padrão utilizado para a ELA, o riluzole. Por isso elas querem associá-los e também testar outras moléculas que tem no laboratório.

“Este reconhecimento, em início da carreira, traz mais motivação e confiança para dar continuidade ao trabalho”, relata Daiana sobre esse prêmio.

A professora e pesquisadora dá destaque para a dificuldade e também para a importância da interiorização da ciência, então receber esse prêmio da L´Oreal/ABC/Unesco em função de um trabalho que está sendo realizado no interior do Rio Grande do Sul tem relevância ainda maior. “Em especial, este prêmio reflete um passado de muito trabalho com excelentes mentores como os professores Félix Soares e João Batista da UFSM e o professor Michael Aschner do Albert Einstein (EUA), que me guiaram na vida profissional e até hoje apoiam o meu trabalho”, completa Daiana.

Segundo a pesquisadora, ela teve o prazer de conhecer e trabalhar com muitos pesquisadores brilhantes na UFSM, como os professores Carlos Mello, Gilson Zeni, Cristina Wayne Nogueira,. Félix Soares e João Batista Teixeira da Rocha.

Daiana diz ainda que começou a sua experiência científica ainda no primeiro semestre de graduação no curso de Farmácia, em 2002, e até a defesa da tese de doutorado acumulou várias experiências e saberes que certamente a moldaram e tiveram grande impacto na sua formação científica.

“O cenário científico ainda é masculino por uma questão histórica, mas prêmios como este, que trazem reconhecimento às mulheres que seguem esta carreira, é importante para a nossa e para as futuras gerações de cientistas. Se continuarmos mostrando nossa competência, trabalhando com muita dedicação e, inclusive, colaborando com pesquisadores homens, poderemos alcançar a igualdade de gênero na ciência. O número de mulheres participando de eventos científicos, palestrando nos congressos e atuando como pesquisadoras vêm crescendo, então acredito que em alguns anos esta meta será atingida”, comenta.

PARA LER A ÍNTEGRA, NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI.

OBSERVAÇÃO DO EDITOR: a reportagem acima foi publicada há 12 dias, no sítio da UFSM. Por sua relevância, porém, a reprodução pareceu do interesse do leitorado.

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