USTRA. General é exonerado após homenagem
POR MAIQUEL ROSAURO
Uma homenagem póstuma prestada pelo Exército ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, em Santa Maria, custou caro ao general Antonio Hamilton Martins Mourão. Leia abaixo na matéria do jornal A Razão.
Homenagem póstuma a coronel Ustra custou o cargo do general
O general Antonio Hamilton Martins Mourão foi exonerado do Comando Militar do Sul nessa sexta-feira. A determinação partiu do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, como repreensão às duras críticas de Mourão à classe política e ao governo federal, incluindo a presidente Dilma Rousseff (PT) em uma palestra para oficiais da reserva, em setembro, em Porto Alegre.
Mas, coincidência ou não, outro fato pode ter sido determinante para a medida: a homenagem póstuma ao coronel da reserva Carlos Alberto Brilhante Ustra, realizada segunda-feira na 6ª Brigada de Infantaria Blindada, em Santa Maria, terra onde o militar nasceu. A homenagem foi duramente criticada por entidades de direitos humanos pelo fato de Ustra ter sido apontado como torturador no período em que comandou o Doi-Codi, principal órgão de repressão da ditadura militar (1964-1985). Sobre o coronel santa-mariense também pesam acusações de assassinato. Ustra morreu de câncer, aos 81 anos, no dia 15 de outubro em Brasília, onde morava.
Ao saber da homenagem em uma unidade militar da 3ª Divisão de Exército, em Santa Maria, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas ligou para o comandante da Divisão Encouraçada (nome histórico da 3ª DE), general José Carlos Cardoso para saber de quem partiu a iniciativa de homenagear Ustra. Cardoso informou ao seu superior que a ordem foi do Comando Militar do Sul, na pessoa do general Mourão.
Assim que a formatura militar em honra a Brilhante Ustra vazou para o público, entidades de direitos humanos se manifestaram repudiando o ato e exigindo explicações do Exército. Uma das notas foi emitida na quarta-feira pela Frente Ampla por Direitos e Liberdades e pelo Comitê Carlos de Ré – Verdade, Memória e Justiça, que representam cerca de 50 entidades de direitos civis. A nota cita Ustra como torturador, criminoso e assassino, lembrando que ele respondeu a centenas de processos por crimes de tortura e morte. Partidos políticos, personalidades e outras instituições também se manifestaram criticando o ato do Exército em Santa Maria.
Outro cargo
A “punição” para Mourão foi sua tansferência para um cargo burocrático, em Brasília. Ele perde o comando de uma tropa composta por militares do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná para assumir uma função na Secretaria de Economia e Finanças do Exército. A decisão sobre a transferência foi tomada na quinta-feira em reunião do Alto Comando do Exército. Para o lugar dele foi nomeado o general Édson Leal Pujol, ex-comandante das tropas no Haiti e que ocupava cargo no mesmo órgão para o qual Mourão será nomeado. O Alto Comando recomendou a Villas Bôas para que militares evitem manifestações políticas.
Coronel da reserva apoia manifestações
O coronel reformado Frederico Guido Bieri, 80 anos, que mora em Santa Maria, acredita que as críticas à situação política nacional e a homenagem a Brilhante Ustra foram os reais motivos da exoneração de Mourão, embora a versão oficial sustente que a transferência é um fato normal no meio militar. Sobre a palestra de Mourão, Guido Bieri diz ter ouvido um resumo das declarações e concorda com elas.
“Posso dizer que concordo plenamente, pois estamos vivendo uma situação atípica, temos um governo acéfalo e uma crise econômica sem precedentes. O que vai acontecer conosco? Alguma coisa tem que ser feita. O que ele disse da condução do país não tem nada demais. Então o afastamento (de Mourão) pode ser encarado de duas maneiras: movimentação normal ou consequência dessa palestra. Acho que foi a segunda que determinou o afastamento”.
Sobre Brilhante Ustra, Guido Bieri diz não acreditar que ele tenha cometido os crimes de que foi acusado. “O que houve foi uma luta fraticida dos dois lados e cada lado conta a sua versão”.
Em Santa Maria, ninguém do Exército está autorizado a falar sobre a repercussão da homenagem a Ustra ou mesmo sobre a transferência de Mourão por criticar o governo e os políticos. Na sexta-feira, o 3º sargento Paulo Oliveira, auxiliar do Setor de Comunicação da 3ª DE, informou que a orientação superior é que qualquer informação só poderá ser dada pelo Centro de Comunicação Social do Exército (Cecomsex), em Brasília.
Em palestra, Mourão criticou políticos
Na palestra em que convocou oficiais da reserva “para o despertar de uma luta patriótica”, o general Mourão criticou a classe política e fez críticas indiretas à presidente Dilma Rousseff. Ao comandar a possibilidade de impeachment, disse que “a mera substituição da PR (Presidente da República) não trará mudança significativa no status quo” e que “a vantagem da mudança seria o descarte da incompetência, má gestão e corrupção”. Afirmou ainda que “a maioria dos políticos de hoje parece privada de atributos intelectuais próprios e de ideologias, enquanto dominam a técnica de apresentar grandes ilusões”. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) enviou requerimento ao ministro da Defesa questionando se Mourão estaria incitando os militares. O pedido acabou apressando o desfecho do caso. A rapidez da solução agradou o Planalto. O ministro da Defesa, Aldo Rebelo (PC do B), já havia conversado com Dilma sobre a postura do general.
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se não alemanha livro que hitler escreveu foi proibido ..porque no Brasil não se pune quem defende a ditadura.e me disculpe este senho…luta fratricida uma ova(como Diria Luciana Genro) o que ouve foi um pequeno grupo mal armado trucidado pelo exercito brasileiro apoiado peloas Estados unidos, fora aqueles apenas por discordar que morreram como Herzog.
"Qualquer organização séria funda-se, entre outras regras, na hierarquia e na disciplina.
Muito mais quando se trata de organizações armadas e com altas responsabilidades sobre a defesa das instituições democráticas."
O Tijolaço em 30/10/2015
Hierarquia ou falta, de são infrações passiveis de punição dentro do Exercito,na qual o Comandante maior é o presidente da nação.
Simples assim.
Detector de cascata foi ao fim da escala.
Segurança no exército está uma porcaria, comandante liga para um general de divisão e o conteúdo vaza. Outra: comandante da Divisão Encouraçada teria "fritado" o superior, sendo que o convite diz textualmente: "O Comandante da 3° Divisão de Exército convida…" e é assinado pelo general José Carlos Cardoso. Além disto, as primeiras notícias davam conta que foi a "falta de controle dos subordinados" o motivo da transferência. Motivo não foi a homenagem, caso contrário sobraria para alguém aqui na terrinha.
General Mourão não sairia agora, deveria sair lá por março. Não foi exonerado, foi transferido. Já tem a quarta estrela e mais de 40 anos de serviço, está com um pé na reserva.
Motivo foi esta frase, referindo-se ao impeachment: "“a mera substituição da PR (Presidente da República) não trará mudança significativa no status quo…A VANTAGEM DA MUDANÇA SERIA O DESCARTE DA INCOMPETÊNCIA, MÁ GESTÃO E CORRUPÇÃO”. Além da referência à "luta patriótica" (fora de contexto nas notícias, não dá para saber do que se trata), também disse: "a maioria dos políticos de hoje parece privada de atributos intelectuais próprios e de ideologias, enquanto dominam a técnica de apresentar grandes ilusões." Ou seja, depreende-se que além de ignorantes são picaretas. General cometeu sincericídio.
Cereja do bolo é o pitaco do senador Aloysio Nunes do PSDB paulista, investigado no STF na Lava a Jato. Ano que vem, quem se sentir incomodado, pode ir à forra nos candidatos tucanos da aldeia.
Acho que os "torturadores" da época não deveriam ser homenageados, pois foram muito incompetentes em terem deixado alguns "sobreviverem" para continuar incomodando 40 ou 50 anos depois !!!!