Superbanco. Dizem que cliente ganhará com novo Itaú-Unibanco. Mas otimização cortará empregos

É impressionante, e natural, o entusiasmo da mídia grandona (MG) com a fusão que transformou o novo Itaú-Unibanco, no bancão dos bancões do mercado financeiro do país. É o tal ufanismo, que vez por sempre acomete a MG (e também a que se acha). Faz sentido. Afinal, a instituição criada pelos Moreira Salles e Setúbal, ou vice-versa, está entre as 20 maiores do planeta e é “a maior do hemisfério sul”.

 

Também não chega a ser uma novidade o fato de haver ganhos para os clientes, que terão as mesmas taxas de juros escorchantes, mas poderão pedir o empréstimo em mais locais. Ou alguém acredita em facilidades de pagamento, só porque se está negociando com o maior entre os maiores?

 

Mas, enfim, é um ganho. Entre outros, para os clientes, como apontam os “especialistas” de sempre ouvidos pela MG (e pela que se acha). Um exemplo você encontra na reportagem a seguir, publicada pelo Jornal do Brasil. Ah, e lá embaixo você entenderá o que quis dizer com o título desta nota, ao ler o meu comentário. Acompanhe:

 

“Técnicos acham que cliente ganhará com a concorrência entre os bancos

 

A fusão entre Itaú e Unibanco foi considerada uma grande tacada não apenas para as duas instituições, mas também para o setor financeiro. Apesar da maior concentração, dizem os especialistas, a concorrência com outros grandes bancos como Bradesco e Banco do Brasil (BB) fica ainda mais acirrada, o que pode permitir o repasse de ganhos de escala ao correntista. As vantagens para as duas instituições são inúmeras. O Unibanco resolve um problema sucessório, enquanto o Itaú ganha escala e fôlego para seguir com seus planos de internacionalização.

 

Para o presidente da EFC – Engenheiros Financeiros & Consultores, Daniel Coradi, o acordo só tem lados positivos. – É bom para o Itaú, para o Unibanco e para o sistema financeiro nacional, que se fortalece em um momento de instabilidade.

 

Com ativos totais de R$ 575,l bilhões e um patrimônio líquido de R$ 57,7 bilhões, o Itaú/Unibanco torna-se o maior banco do país, incluindo as instituições privadas e as instituições estatais, guardando uma diferença considerável (36% a mais em ativos e 57,7% em patrimônio líquido) com relação ao segundo colocado, o Bradesco. Seguem-se o Banco do Brasil e o Santander…”

 

COMENTÁRIO CLAUDEMIRIANO: Salvo engano, o Itaú e o Unibanco, separados, têm pelo menos quatro agências em Santa Maria. Será que manterá todas, como prometem seus dirigentes, e até aumentarão (em quatro anos) o número de funcionários? Bem, Papai Noel existe. O Aliado do Km3 será campeão do Mundo em 2025. E a Gisele Bundchen decidiu que vai se aposentar e, a bordo do futuro marido ianque, se mudará para Santa Maria, onde viverá o restante da vida.

 

Há quem acredite. Quanto a mim, que sou burrinho, mas ainda assim raciocino, tenho minhas dúvidas em relação às agências de Santa Maria. E convicção absoluta em relação ao macro: no Brasil inteiro o número de agências pode até ser o mesmo, já o de funcionários vai se reduzir. No médio prazo, por certo. No curto, talvez.

 

 

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a íntegra da reportagem “Técnicos acham que cliente ganhará com a concorrência entre os bancos”, de Jiane Carvalho e Klaus Kleber, no Jornal do Brasil.

Leia também a reportagem “Fusão entre Itaú e Unibanco alerta bancários para desemprego”, de Raquel Casiraghi, da Chasque Agência de Notícias.