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Feliz Travessia em 2016 – por Luiz Carlos Nascimento da Rosa

luiz carlosMinhas reflexões sobre a passagem do tempo, nossa relação com o período das festas natalinas e a nossa, felizmente, passagem para um ano novo possuem um grau extraordinário de ligação com nossa memória afetiva e, neste contexto, como vivenciamos estas datas em nossas práticas sociais na infância e adolescência.

A alegria ou a melancolia que as pessoas vivificam nesse período festivo carreiam na alma as marcas do prazer ou desprazer que foram sentidos em nossa tenra idade e nos primórdios da convivência social, que começa, é claro, na célula mater chamada família. Sem medo de errar ou cometer um exagero posso afirmar que o mês de dezembro me apraz e o acho, absurdamente, sedutor.

Apesar de nossos parcos recursos econômicos, minha experiência familiar com o período natalino sempre foram mediados pela magia e encantamento. Esperado tempo de receber presentes. Na maioria das vezes humildes, mas a entrega era feita com muito carinho e amor. Como todos precisaram sair de Tupanciretã para estudar e ganhar a vida, no final do ano, a casa de meu amoroso pai e querida mãe se transformava num porto de encontro e de chegada.

A alegria, a fraternidade e o desejo de querer estar novamente juntos tomavam conta de nossas relações e geravam um grande encantamento nesse tempo vivido de forma generosa e solidária. Retirando o apelo pragmático e consumista que vive no entorno dessas datas, percebo que as pessoas ficam mais sensíveis e colaborativas nesse tempo.

Nossa Santa Maria, da Boca do Monte adquire um sublime brilho no mês de dezembro. Torna-se lúdico, lírico e mágico passear pela Praça Saldanha Marinho, no Calçadão da Bozzano e em nossa histórica Avenida Rio Branco. Penso que até os mais carrancudos e mal humorados ficam abrem mais o flanco de suas vidas para aceitar mais carinhosamente os outros no Natal e na virada do Ano Novo.

Não tem como não encher nossa alma de prazer e satisfação quando, livre e solto, perambulamos por esse lindo lugar, nosso centro urbano, com seus adereços natalinos e suas encantadoras e lindas luzinhas. O brilho das luzinhas e as pessoas passeando alegres se refletem no brilho do olhar de todos nós: crianças, jovens e adultos. A estética natalina, como arte, contamina de forma sedutora todos os moradores e visitantes de nossa amada Santa Maria.

Esse período também é muito bom para fazer um balanço sobre o que fizemos e o que deixamos de fazer no ano que passa e, principalmente, como nos comportamos com os colegas de trabalho, amigos e com os grandes amores de nossa vida: o amor romântico e familiar. Como humanos somos falíveis e, ao mesmo tempo, capazes nos tornarmos, ontologicamente, mais e melhor, isto é, somos capazes de mudar e superarmos as falhas e erros que cometemos com todos que nos cercam.

No meu caso, sei que poderia ter sido muito melhor para com meus familiares (filhos, irmãos, etc.) e com o amor romântico que, de forma singular, têm contribuído para qualificar minha travessia da vida cotidiana. Eu vou ler mais, escrever mais e ser muito mais amoroso em 2016. Não se faz necessário adotarmos uma postura revisionista, mas fazer um balanço crítico sobre nosso modus vivendis no ano que se vai.

Nossos fazeres e saberes que norteiam o nosso andar na vida sempre será possível de qualificação. Essa reflexão é necessária nessa travessia da vida e na virada de ano, pois o amor e a generosidade são sentimentos e valores basilares para uma salutar, digna e feliz forma de viver.

Na caixinha de Pandora, para castigar Prometeu e sua criação, os humanos, Zeus colocou todas as forma de mal, mas lá no fundo da caixinha existia a esperança. A esperança de um futuro melhor para a humanidade é a luz que existe no final de nosso túnel de produção da vida.

Vamos passear pelo centro de nossa cidade com todos os nossos sentidos aguçados e vamos encher nosso pulmão e alma com a magia que vem do outro e dos nossos belos adereços que dão encanto e beleza para nossa querida cidade. Assim como quero ser melhor, mais amoroso e generoso com todos e com meus amores em 2016, desejo o mesmo para todos que formam essa bela e plural sociedade santa-mariense.

Que o ano de 2016 venha aprimorar nosso desejo e vamos nos apaixonar mais pelas coisas do amor e da cultura e nos apegarmos menos as coisas do mundo material. Vamos, com muito carinho, tratar de dar leveza para nossa alma e cuidar de nosso Ser e ligar menos para o pragmatismo de ter. Cronos, o senhor do tempo na mitologia grega, sempre foi implacável, mas apesar da vida ser breve, o talento e o sentimento humano torna aprazível a vida e esse produz arte que, possui vida longa.

Ter esperança é preciso e viver um futuro mais generoso construído no presente é imprescindível. Parafraseando o poeta Lawrence, diria que assim como as flores atingem a sua floridade, que o novo ano seja um tempo que contribua para que nós, vis mortais, aperfeiçoemos nossa humanidade. Feliz Natal e feliz travessia em 2016.

OBSERVAÇÃO: a imagem que ilustra esta crônica é reprodução da internet.

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