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Olha o perigo. Ainda existe risco de vereador que virou a casaca parar na rua da amargura

Três vereadores de Santa Maria já viraram a casaca, desde a eleição de dois mil e quatro. E um se prepara para fazer o mesmo, depois de ter se despedido da sigla pela qual foi eleito.

 

Ovídio Mayer foi o primeiro. Se mandou do PP, onde teve desempenho surpreendente (2.934 votos), e se encaminhou para o PTB. É o solitário representante da sigla na Câmara e se bandeou para o governo, do qual é líder no parlamento, hoje.

 

Depois Anita Costa Beber. Também eleita pelo Partido Progressista, braba com a direção da sigla, se foi para o falecido Partido Liberal. Hoje, Partido da República. Conquistou um terceiro mandato, em 2004, com estrondosos 3.472 votos. É combativa edil pelo PR – mas se não tiver coligação em 2008, terá que buscar outro ninho, pois até as pedras sabem que seu partido não alcançará o quociente eleitoral. Aliás, drama semelhante é o de Ovídio.

 

O terceiro trânsfuga do parlamento da boca do monte é Júlio Brenner. Como Anita e Ovídio, elegeu-se pela aliança PP/PSDB – sendo ele um tucano. Foi por pouco. Fez 3 votos (2.751) a mais que o primeiro suplente, o pepista Paulo Airton Denardin.

 

Agastado com o tucanato, que o ameaçavam de expulsão, ficou independente por um bom tempo. Até que, em meados deste ano, assumiu o PSB. Não deve, consta, concorrer a um novo mandato – mesmo que se livre de problemas legais que enfrenta por, segundo o processo, ter dividido o salário de assessor entre duas pessoas, ainda na legislatura passada.

 

E o quarto é Isaias do Amaral Romero. Considerado, pelos dirigentes do PDT, como o “patinho feio”, atropelou estrelas da sigla e se reelegeu vereador, com 2.054 votos. Desde sempre, vivia às turras com os comandantes. Quando foi instado a se manifestar no Conselho de Ética, o atual presidente da Câmarapediu as contas e se mandou. Está independente. Mas será PMDB logo, logo.

 

Feito o relatório, o problema comum ao quarteto. Uma deliberação do Tribunal Superior Eleitoral, em fevereiro, indica que os mandatos são do partido,  não do candidato. E que, portanto, quem trocar de time perde a vaga. Sem efeito prático até agora, pois o Supremo Tribunal Federal foi chamado a se pronunciar – o que ainda não fez, mas haverá de um dia faze-lo – o TSE reiterou, anteontem, a sua posição -atendendo consulta de Ciro Nogueira, deputado federal do PP do Piauí e um dos líderes nacionais dos pepistas.

 

E daí? Daí que pode dar em nada. Mas, se a decisão do TSE acabar sendo chancelada pelo Supremo, babaus. Ovídio, Anita, Júlio e Romero perdem os mandatos. Podem concorrer ano que vem, mas até lá estarão sem a tribuna. O que é um prejuízo e tanto. Portanto, sempre há um risco, para o quarteto vira-casaca do legislativo da boca do monte.

 

EM TEMPO: na hipótese de perda das cadeiras pelos atuais ocupantes, quem assume são, respectivamente: Paulo Denardin, Sandra Rebelato e Marion Mortari, os três do PP. E Osvaldo Nascimento, do PDT. Este, porém, sequer reside na cidade e, em tese, pode não querer voltar. Nesse caso, quem passa a ser edil outra vez é Marcelo Bisogno. Mas tudo, reconheço, é conjectura. Que é, porém, jornalisticamente obrigatória.

 

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a notícia “TSE toma nova decisão sobre troca de partido“. De Mirella D’Elia, do G1, o portal da Globo.

Leia também a reportagem  “TSE decide que mudança de partido, ainda que dentro da mesma coligação, acarreta perda de mandato”, distribuída pela Agência de Notícias do Tribunal Superior Eleitoral.

 

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