EstadoEstradas

RODOVIAS. Governador Sartori pretende investir em concessões para resolver problema de infraestrutura

POR MAIQUEL ROSAURO

Não é preciso ir muito além dos limites de Santa Maria para comprovar que diversos trechos de rodovias estaduais estão em situação precária. Para solucionar o problema, o governador do Estado, José Ivo Sartori, informou que pretende investir em concessões.

Para o usuário, isso significa que novos pedágios estão a caminho.

Confira abaixo na matéria de Mirella Poyastro, da Secretaria de Comunicação Social do governo do Estado.

Governo aposta no programa de concessões para resolver a infraestrutura do Estado

Sartori explicou que o modelo de concessões do Estado será igual ao do governo Federal. Foto Luiz Chaves/Palácio Piratini
Sartori explicou que o modelo de concessões será igual ao do governo Federal. Foto Luiz Chaves/Palácio Piratini

O governador José Ivo Sartori afirmou, nesta terça-feira (5), ter a convicção de que o programa de concessões de rodovias, em análise na Assembleia Legislativa, é a saída para resolver os problemas de infraestrutura do Rio Grande do Sul. Durante entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, Sartori explicou que o modelo proposto é idêntico ao do governo federal.

O projeto prevê 30 anos de concessão, de forma que os investimentos necessários sejam amortizados e o valor das tarifas pagas pelos usuários seja definido em licitação, do tipo menor preço. “Não adianta querer fazer capitalismo com o usuário e socialismo com o investidor. Não dá certo. Por isso, nosso modelo segue o federal”, frisou o governador.

Sartori disse que o governo estadual está construindo com os ministérios do Planejamento e dos Transportes e com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) uma proposta organizada e estruturada para concessão de rodovias federais no Rio Grande do Sul. O ajuste entre as duas esferas de governo é para a formação de redes. “Para nós, interessa tudo que vem de Santa Catarina em direção ao Porto de Rio Grande”, declarou.

Outro projeto que está na Assembleia e faz parte do conjunto de ações para melhorar a infraestrutura propõe a readequação da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). Com a aprovação da proposta, a EGR poderá criar um fundo para eventuais emergências e ampliar as ações da empresa nas estradas.

Renegociação
Durante o programa – que abriu a série de entrevistas que o governador concederá a diversos veículos de comunicação nesta semana -, ele falou também sobre a renegociação da dívida com a União. Alertou que o Estado poderá ter dificuldades de fazer novos financiamentos, por causa do alto comprometimento de percentual da receita corrente líquida. Hoje, quase 14% da receita estadual vai para o pagamento da dívida com a União.

“Para criar condições de o Estado continuar buscando financiamentos internacionais nas áreas importantes para o desenvolvimento, é preciso negociar um alongamento de prazo da dívida, que é o que os governadores estão pedindo – de 2028 para 2038”, disse o governador. Além disso, é pleiteada a redução do percentual de comprometimento da receita. Sartori espera que renegociação comece a ser feita em fevereiro.

Função do Estado
Sobre as propostas de extinção de fundações e de empresas como a Cesa, Sartori explicou que elas resultam de uma análise sobre qual é a função e o papel do Estado. “Eu tenho que saber aquilo que serve para o Estado. Aquilo que o Estado ainda tem que fazer. Por que o Estado tem que ficar cuidando de armazenamento de produção de alimentos? Por que, se o Estado não faz pesquisa em saúde, ou se faz, não pode ter uma fundação afim absorvida pela própria Secretaria de Saúde?”, questionou.

Para ele, existe uma resistência muito forte no Rio Grande do Sul à extinção de órgãos públicos. Mas deixou clara a posição do governo: “Onde o Estado não precisa estar é que ele tem que abrir a comporta, para permitir que as coisas sejam feitas por setores da sociedade. E onde o Estado precisa estar, tem que aprofundar e melhorar a sua atuação”.

Tribunal de Justiça Militar
Em referência aos que defendem a extinção do Tribunal de Justiça Militar pelo governo, Sartori afirmou: “O Tribunal pertence ao Poder Judiciário, e não ao Executivo. Há uma interpretação totalmente equivocada e enganosa a respeito disso. Acabar com ele não é competência do Executivo”.

Responsabilidade Estadual
O governador voltou a afirmar que o principal ponto da Lei de Responsabilidade Fiscal é que “ninguém pode gastar o que não tem”. Salientou que a folha de pagamento do Estado é composta de 54% de inativos. “A nova lei é para proteger o serviço público. É para proteger o futuro governante. Para que ele não tenha que passar o constrangimento que nós estamos passando hoje, de não ter recursos para pagar a folha”, ressaltou.

Sartori defendeu que as mudanças estruturais que o governo promove no Estado são para proteger o servidor: “São para garantir que o servidor, amanhã ou depois, não tenha mais a intranquilidade que teve durante 2015 e que poderá continuar durante 2016. Nós temos um caminho longo pela frente para colocar a casa em ordem”.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

3 Comentários

  1. Paulo e associados, esta frase está correta: “Não adianta querer fazer capitalismo com o usuário e socialismo com o investidor. Agora esta não está correta: "… a EGR poderá criar um fundo para *eventuais emergências* e ampliar as ações da empresa nas estradas." Entende a diferença? Petralha irá dizer que tudo está errado simplesmente por ser opositor. Mas e ai quem olha com senso crítico é secador também? Ora, quer ser liberal, ótimo! Mas que arque com seu empreendedorismo, não com fundos do governo, quer dizer, do povo. Essa é a diferença essencial por estas terras. O liberalismo não é um monstro, mas sim pervertê-lo num balcão de negócios com os amigos, coisa de braziu, entendeu? Dinheiro jorrar pelo BNDS não pode, mas por aqui pode. Não pode em nenhuma circunstância, empreendedor empreende, não fica pendurado (sem controle) nas verbas do governo, entende? Existem pessoas que pensam fora os dois lados cegos existentes na política atual. Pensem nisso, ética, não tem lado, sim valor pautados inicialmente na dignidade da pessoa, conceito que não é bem entendido. Dignidade das pessoas (coletividade), não da sua pessoa, entende? Não estou te julgando, apenas abrindo campo para reflexão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo