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ESPORTE. Vai para o brejo a suposta independência dos tribunais esportivos. CBF pede (e recebe) decisão

Esse ambiente, do STJD, pode ser tudo, exceto algo digno de confiança absoluta. Isso, não
Esse ambiente, do STJD, pode ser tudo, exceto algo digno de confiança absoluta. Isso, não

Supostamente, os tribunais são independentes. Uma gama de entidades indica seus representantes. É assim? Formalmente, sim. No entanto… Bem, vale mesmo conferir o material produzido pelo portal da ESPN Brasil, com repercussão também nos canais de TV do grupo. A reportagem é de Gabriela Moreira, com foto de Arquivo. Acompanhe:

E-mails revelam interferência da CBF em julgamentos no tapetão

Os bastidores das decisões do STJD revelados. E-mails trocados entre ocupantes da cúpula do Tribunal e a CBF mostram que há interferência da entidade nas decisões. Em pelo menos um caso ao qual a reportagem teve acesso, o procurador do órgão, Paulo Schmitt, orientou um auditor a punir um clube, para favorecer os interesses da CBF.

O fato é de 2012 e consta documentado no material apreendido pela Polícia Federal e enviado na última semana para a CPI do Futebol. O clube prejudicado foi o Atlético-MG. A situação: corriqueira. Torcedores haviam organizado um mosaico com o nome da CBF, nas cores do Fluminense, no dia em que os clubes se enfrentaram, no Independência. Além de terem estendido uma faixa com os dizeres: “o apito é tricolor carioca”. 

“Iremos denunciar com vistas a interdição do estádio do mandante (…) Uma coisa é certa: não vamos nos intimidar por opinião de parte da imprensa, blogueiros, esculhambadores de plantão”, escreve Paulo Schmitt em resposta para Carlos Eugênio Lopes, diretor-jurídico da CBF e Marco Polo Del Nero, então presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) e vice da CBF.

Ele respondia a um e-mail enviado pela CBF com as fotos do protesto pedindo providências. No entanto, a orientação do procurador não surtiu efeito. E a 1ª Câmara Disciplinar inocentou o clube. Ato que fez Paulo Schmitt se indignar em novos e-mails para a CBF:

“O relator, Dr. Washington Rodrigues, apesar de alertado sobre a repúdia da CBF, entendeu que ‘não foi nada demais’, uma vergonha a meu ver”, diz o procurador em mensagem, anunciando que tentaria reverter a decisão no Pleno, a segunda instância do tribunal.

“Estamos recorrendo ao Pleno, mas confesso a vocês que cansa, desmoraliza, desgasta ter que levar tudo para o Pleno”.

Em sessão realizada menos de um mês depois, a absolvição do Atlético foi revista e o clube condenado a pagar R$ 10 mil. O relator, Miguel Ângelo Cançado, sustentou que a agremiação deveria ter coibido o ato.

Planos para ‘anular’ o auditor

As conversas sobre o tema continuaram entre os dias 9 e 10 de novembro, entre Paulo Schmitt e a CBF. Numa delas, o diretor-jurídico da entidade pergunta:

“Qual a origem do auditor fazedor de média?”

O procurador responde:

“FENAPAF, e já estava no tribunal… Sempre vendeu a idéia (sic) de ter moral com o Marco Polo, o que já sabemos não é verdade”

Marco Polo explica:

“Esse auditor já teve graves problemas no TJD-SP e foi obrigado a sair. Sua indicação veio do Sindicato, por mim nunca estaria conosco”

Por fim, Paulo Schmitt diz:

“Vamos ver uma forma de anular pq ele faz mal ao esporte, a meu ver…”, completando sobre encontro entre ele e o dirigente nos Estados Unidos:

“Grato novamente pelo convite a NY, devo chegar no dia do jogo e podemos falar sobre alguns temas, inclusive esse”

Auditor diz que é ‘fazedor de direitos’

Procuramos o auditor citado nos e-mails. Washington Rodrigues atua há oito anos no STJD. Ele ficou chocado com as conversas a seu respeito.

“Me causa espécie isso tudo. A procuradoria não está ali para atender aos interesses da CBF, está para atender aos interesses do desporto. É aterrador isso”, disse.

Paulo Schmitt negou para a reportagem que tenha atuado para favorecer a CBF. Ele disse que não há dúvidas de que ele não interfere no Tribunal. Que era evidente que o Atlético-MG, havia cometido uma infração ao Estatuto do Torcedor. Schmitt acusou o auditor de ser “defensor dos atletas”.

Nas conversas em poder da CPI, Schmitt também desaprova o fato de a comissão não ter punido o jogador Fred. Ele foi expulso do jogo, por agressão.

Numa mensagem para Marco Polo e Carlos Eugênio Lopes, criticou:

“O atleta Fred também restou absolvido, mas até aí nenhuma novidade. Dá para contar nos dedos um atleta que tenha sido punido pelo Sr. Washington nesses anos todos no tribunal, afinal ele ‘se acha’ representante dos atletas na Corte”

Quanto a isso e ao fato de ter sido indicado para o tribunal pelo sindicato dos atletas, o auditor respondeu:…”

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