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Tucanato. Partido faz pesquisa. Quer resolver, antes de 2010, a sua crise de identidade

Para quem não sabe, ou não lembra, o PSDB nasceu do descontentamento de um grupo de luminares descontentes com o PMDB. Atenção: nasceu. Depois a agremiação começou a se “endireitar”, com a adesão de muitos ex-pefelistas, ex-pepistas e ex-qualquer-partido-de-origem-conservadora. Mas a gênese é peemedebista.

 

Com a implantação do Plano Real, ao tempo em que Fernando Henrique Cardoso era ministro da Fazenda, no governo Itamar Franco, abriu-se um caminho que levaria a oito anos de governo, com o próprio FH. Essa reminiscência histórica é importante, não para julgar o governo tucano (que isso há gente habilitada, e talvez seja muito cedo ainda), mas para falar da situação atual.

 

Após os dois mandatos presidenciais, o PSDB perdeu duas eleições consecutivas. A primeira, em 2002, com José Serra; a segunda, agora em 2006, com Geraldo Alckmin. Ambas para Luiz Inácio Lula da Silva, do PT – que não concorre em 2010. E está em crise irremediável. Por quê? Entre outras coisas porque tem uma eleição nova daqui a quatro anos e a agremiação se divide entre dois candidatos fortes: o mesmo José Serra, agora turbinado pela vitória ao governo paulista, e o emergente Aécio Neves, em segundo mandato como governador de Minas Gerais.

 

Então, o que fazer? Há quem diga, não sem certa razão, que as vitórias tucanas se deram menos pelo partido e muito mais por questões conjunturais ou pelo carisma do candidato. A primeira possibilidade é aventada, sempre, como uma das hipóteses, talvez a principal, a explicar a vitória de Yeda Crusius no Rio Grande do Sul.

 

Então, como o partido dos tucanos vai sair desse brete. Bem, parece que alguma coisa está sendo feita, pelas cúpulas. Como explica o jornalista Josias de Souza, em sua página na internet, uma pesquisa está sendo contratada. Como? Leia você mesmo:

 

“PSDB contrata pesquisa e monta estratégia de 2010

 

Escaldado com as duas surras que levou de Lula em 2002 e 2006, o PSDB decidiu antecipar a preparação para as eleições municipais de 2008 e para a disputa presidencial de 2010. Reunida na noite de terça-feira (6), a direção do partido constituiu três grupos de trabalho.

 

O primeiro grupo irá coordenar uma pesquisa de opinião a ser realizada em todo país. Visa descobrir o que pensa o eleitorado a respeito do PSDB. Servirá de base para a formulação de um plano de mudança da imagem do partido, às voltas com uma crise de identidade. O trabalho foi confiado a três tucanos: Gustavo Fruet (PR), Antero Paes de Barros (MT) e Márcio Fortes (RJ).

 

Em reunião realizada na tarde desta quarta-feira (7), o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), decidiu contratar o sociólogo pernambucano Antônio Lavareda, dono da consultoria MCI, para ajudar na formulação do questionário e na análise dos dados que serão recolhidos pelos pesquisadores.

 

Na próxima segunda (12), Fruet, Paes de Barros e Fortes terão um encontro com Lavareda. Começarão a esmiuçar o questionário. Pretende-se que seja abrangente. Serão incluídas, por exemplo, questões acerca da era FHC, um período que o partido vem hesitando em defender nos palanques. No ano passado, por exemplo, o tucanato deixou-se enredar numa armadilha montada por Lula em torno dos pendores privatistas da legenda.

 

Um segundo grupo, integrado por Sérgio Guerra (PE) e Ronaldo César Coelho (RJ), fará uma radiografia da estrutura do PSDB em todos os Estados e municípios brasileiros. O objetivo é identificar as fragilidades regionais. Onde houver diretórios débeis, pretende-se seduzir lideranças de outros partidos e realizar campanhas para arrebanhar novos filiados.

 

O terceiro grupo constituído pela Executiva do PSDB recebeu a missão de atualizar o programa do partido, hoje sem bandeiras. Coube a José Aníbal (SP) e Marisa Serrano (MT) centralizar a coleta de opiniões dentro da legenda. Pretende-se envolver nessa parte do trabalho o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Planeja-se ainda realizar um ciclo de seminários regionais. Devem começar entre o final de março e o início de abril.

 

Como desfecho de todo o planejamento eleitoral, o PSDB renovará sua direção numa convenção programada para novembro. Nesse mês, encerra-se o mandato da cúpula chefiada por Tasso Jereissati. Busca-se um nome capaz de acomodar os interesses do partido nas eleições municipais de 2008, o primeiro encontro com as urnas depois do malogro da candidatura presidencial de Geraldo Alckmin. Por ora, emerge como favorito o senador Sérgio Guerra (PE). Move-se com desenvoltura entre os grão-tucanos FHC, Alckmin, José Serra, Aécio Neves…”

 

SE DESEJAR ler a íntegra deste e de outros artigos que tratam de temas políticos nacionais, pode fazê-lo acessando a página do jornalista na internet, clique aqui.

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