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Para refletir. Se bispo tivesse dito antes que tinha um filho, seria presidente do Paraguai?

Está todo mundo (ou quase, com o perdão da força de expressão) escrevendo sobre o “absurdo” de um prelado católico, ainda mais bispo, ter um filho – o que significa a quebra do celibato, princípio pétreo da Igreja. E mais: comparando com a equipe médica pernambucana que fez o aborto numa menina de nove anos estuprada pelo pai e excomungada, o caso fica ainda mais terrível – no plano, digamos, espiritual.

 

Ninguém, no entanto, se ateve a uma outra questão: num país conservador como o Paraguai (aliás, não muito diferente do Brasil e, especialmente, do Rio Grande do Sul), se a confissão de Fernando Lugo (foto), pressionado pela mãe da criança, fosse efetivada antes da eleição, ele seria presidente da República?

 

Pois é, encontrei quem refletisse a respeito. E muito bem. No caso, o articulista da revista Época, Paulo Moreira Leite, de quem é o texto que reproduzo abaixo, com foto de Marcello Casal Jr, da Agência Brasil. Acompanhe:

 

“Lições do desastre Lugo

 

Quando se descobriu que tinha um filho prestes a completar dois anos,  a reação de Fernando Lugo, presidente do Paraguai, foi negar a paternidade a todo custo, o que só contribuiu para transformar o caso num escândalo, elevou seu desgaste e diminuiu sua credibilidade.

 

O pior é que Lugo tinha razão em temer que a notícia de um filho fora do casamento pudesse prejudicar sua credibilidade. Para quem fez uma carreira inteira na Igreja Católica, que exige o celibato de seus membros, um relacionamento amoroso de dez anos coloca em questão sua sinceridade – o que está longe de ser um problema de natureza religiosa, mas pode envolver uma questão de caráter.

 

Ontem, a Igreja divulgou uma nota em que pede perdão “pelos pecados de seus membros.” O presidente não é citado nominalmente mas é o alvo claro da nota.

 

Toda pessoa que já acompanhou de perto uma situação semelhante, entre amigos ou na própria família, sabe que certas atitudes são muito mais fáceis de falar do que de fazer.

 

Falando do presidente do Paraguai, pelo menos nós podemos ser sinceros: será que Lugo teria chegado a presidente se o eleitorado fosse informado de que era um arcebispo com um namoro às escondidas e um filho de dois anos?

 

Não é possível ter uma resposta honesta a essa pergunta. Mas está claro que Lugo teria feita outra campanha eleitoral, na defensiva, com grande vulnerabilidade, ainda mais porque se trata de um país onde os valores tradicionais tem um peso ainda maior do que em outros países…”

 

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, também outras notas e artigos publicados por Paulo Moreira Leite, da revista Época.

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