Da versão online da Revista ÉPOCA
O Plenário do Senado cassou, nesta terça-feira (9), o mandato de Delcídio do Amaral (sem partido-MS) por 74 votos a zero.
Delcídio foi cassado por seu envolvimento no escândalo de corrupção da Petrobras. Em novembro de 2015, Delcídio foi preso pela Polícia Federal, acusado de obstrução da Justiça e de tentar interferir nas investigações de corrupção.
Áudios gravados por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, mostraram Delcídio tentando interferir nas investigações da Lava Jato. Bernardo, que é ator e produtor artístico, foi procurado pelo senador petista e ouviu, sem contestar, a proposta de Delcídio para que Nestor Cerveró não o denunciasse numa colaboração premiada. Em troca, Cerveró teria fuga garantida do país e um “mensalinho” de R$ 50 mil.
Preso, Delcídio assinou uma delação premiada com a Polícia Federal que complicou ainda mais a situação do governo. Ele acusa o governo Dilma de uma série de operações de corrupção e propina, incluindo desvio de verbas da usina hidrelétrica de Belo Monte.
A tramitação do processo de cassação de Delcídio foi acelerada no Senado pelo presidente da Casa, senador Renan Calheiros. Renan disse que não votaria o processo de impeachment (previsto para amanhã) até que a cassação de Delcídio fosse decidida. Ele justificou a decisão dizendo que o processo de Delcídio é anterior ao impeachment, e portanto deveria ser votado antes. A medida evita possíveis constrangimentos que o voto de um senador que foi preso poderia causar na opinião pública. Também é possível que Renan quisesse evitar constrangimentos conta seu próprio nome, uma vez que a delação de Delcídio cita o nome do presidente do Senado entre os beneficiários do esquema de corrupção.
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Muito difícil não ter ocorrido cerceamento de defesa no caso. Vai acabar virando um precatório lá na frente.
Outro motivo para Cunha não abrir a boca. Delcídio vai acabar condenado, com uma conta grande para pagar, sem partido e sem perspectiva na política.