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KISS, 2 ANOS. O temor de que a luta dos familiares das vítimas seja vã é o motor da luta de vários grupos

Tenda da vigília: aqui se reúne a maioria dos familiares. Ela está lá há quase dois anos
Tenda da vigília: aqui se reúne a maioria dos familiares. Ela está lá há quase dois anos

São vários os grupos que defendem os interesses e, sobretudo, agem pelos familiares das vítimas da tragédia que matou 242 jovens em 27 de janeiro de 2013. Métodos diversos surgem, na hora de tratar do tema e de lembrá-lo. E isso fica evidente a cada mês que passa.

No entanto, há pontos convergentes fundamentais. Um deles é a busca por Justiça. Outro é a preocupação com o fato de que medidas ainda não foram implementadas e na crença de que as casas noturnas continuam perigosas.

Desse tema, aliás bastante delicado e muito pouco tocado (pelo menos em profundidade) em Santa Maria, que trata excelente material produzido pelo G1, o portal de notícias das Organizações Globo. A reportagem é de Felipe Truda. A foto é de Alexandre Segatto (no grupo – fechado – do Feicebuqui, Tenda da Vigília). A seguir:

Temor de que tragédia na Kiss seja em vão marca luta de familiares

Faz dois anos que o empresário Adherbal Alves Ferreira e o gerente de eventos Ogier Rosado sentem a mesma dor, mas a expressam de maneiras diferentes. Eles estão entre os pais das 242 vítimas do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria. O primeiro acompanha o desenrolar dos processos judiciais e exige punição aos culpados, enquanto o segundo promove ações para tentar, como diz, “dar um sentido ao que aconteceu”. Entre duas posições distintas, no entanto, há consensos. Ambos acreditam que as casas noturnas continuam perigosas e que há risco de que tragédias como a de 27 de janeiro de 2013 se repitam, o que pode fazer com que todo o sofrimento que enfrentam seja em vão.

“Se os nossos políticos, que são os representantes do povo, não tiverem empenho nesta natureza e fizerem leis eficazes, pode ocorrer uma tragédia do mesmo tamanho ou talvez até pior”, alerta Adherbal, pai de Jennefer Mendes Ferreira, vítima do incêndio, e presidente da Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM).

Ele se refere à flexibilização da lei estadual criada após tragédia e à demora na tramitação do projeto nos mesmos moldes no Congresso Nacional. “Daria a minha vida para mudar essa história, mas infelizmente aconteceu. Se não houver uma reforma imediata, a gente teme que tudo o que aconteceu seja em vão”, afirma.

Na sala de estar da casa onde mora, ornada por uma elegante pintura do filho Vinícius Montardo Rosado, também morto na casa noturna, Ogier também critica a postura dos políticos e demonstra preocupação com o comportamento dos jovens. “Muitas pessoas que passaram um ano reclamando, fazendo passeatas, hoje estão lotando casas noturnas. Chegam a casas lotadas e querem entrar porque ‘sou filho do fulano e do ciclano’. Mudou muito pouco. Não só na questão de órgãos públicos, mas as pessoas estão esquecendo [o que aconteceu]”, lamenta.

Muitos dos familiares de vítimas citam fatos ocorridos no ano passado na cidade para justificar a apreensão. Em março, 16 pessoas sofreram ferimentos leves após parte de um teto de gesso desabar durante um baile de carnaval no Clube Dores. À época, o clube divulgou nota afirmando que se tratou de um “infortúnio” e que “tomou todas as medidas necessárias para o atendimento das pessoas que se encontravam no local”, além de cancelar os demais festejos.

Familiares também falam sobre um suposto tumulto ocorrido após uma queda de energia na boate Mariachis, o que é negado pelo proprietário do estabelecimento, André Vitor Ramos. “Apenas faltou energia elétrica, e nosso sistema de emergência funcionou perfeitamente”, afirma. No mesmo local, já neste mês, parte do gesso cedeu. “Foi porque um cliente se pendurou, mas não caiu nem pó de gesso”, justificou…”

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