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POLÍTICA. E o Cunha permanece super. Emplacou 3 seus no Planalto e ainda o líder do governo na Câmara

Cunha durante entrevista em 5 de maio: três nomes junto ao Presidente Interino. E ainda um aliado na liderança do Governo na Câmara
Cunha durante entrevista em 5 de maio: três nomes junto ao Presidente Interino. E ainda um aliado na liderança do Governo na Câmara

Por AFONSO BENITES (texto) e FÁBIO POZZEBON (foto/Agência Brasil), no jornal El País

Desde que foi considerado indigno pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para presidir a Câmara dos Deputados e afastado do cargo, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é uma espécie de bode que quase foi retirado da sala. Na imagem jocosa usada por dois deputados que discutiam a situação dele nesta terça-feira em Brasília, ele “empacou” ao passar na porta. É nesta qualidade de zumbi político, com influência para emplacar ao menos três nomes no Governo Temer e tumultuar o andamento na Casa que presidiu com mãos de ferro, que Cunha prepara o seu arsenal para a próxima quinta-feira, quando irá depor ao Conselho de Ética, que analisa uma representação contra ele por quebra de decoro parlamentar. Enquanto seus adversários políticos o consideram fragilizado no cenário, o peemedebista vai repetir sua estratégia, a de se defender das acusações na Operação Lava Jato atacando seus inquisidores.

Já foram empossados três aliados de Cunha na gestão interina de Michel Temer (PMDB) no Palácio do Planalto e mais um está próximo de sê-lo. Dois ex-advogados de Cunha estão em postos estratégicos da União. Alexandre de Moraes é o ministro da Justiça, o órgão ao qual a Polícia Federal é subordinada, e Gustavo do Vale Rocha é o subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil – por esse departamento passam todos os atos legislativos aos quais o Governo precisa se posicionar, como elaborações de medidas provisórias e aprovações de vetos às leis recém-aprovadas no Congresso Nacional. O terceiro homem de Cunha na nova administração é seu ex-assessor especial Carlos Henrique Sobral, o novo chefe de gabinete da Secretaria de Governo.

Outro posto almejado que pode ser considerado como alvo de sua influência é o do comando da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Nesta terça-feira, o então titular do cargo Ricardo Melo foi exonerado, apesar do mandato de quatro anos, recém iniciado. Melo anunciou que vai à Justiça. Seja como for, dois nomes ligados a Cunha estão cotados. Um deles é Laerte Rímoli, cujo trabalho mais recente foi o de diretor de comunicação da Câmara sob Cunha. Antes, ele, além de trabalhar nos maiores jornais, como Melo, assessorou campanhas de Aécio Neves e Geraldo Alckmin. O outro é o do diretor-executivo da Comunicação Social da TV Câmara, Claudio Lessa.

Caso Maranhão

Na própria Câmara, a influência de Cunha parece não ter fim. Ele conseguiu esvaziar quase todas as sessões que seriam presididas pelo primeiro-vice-presidente, Waldir Maranhão (PP-MA), nada foi votado desde que ele deixou o cargo, no dia 5 de maio. A primeira sessão de Maranhão, nesta terça, foi de embates, com os neogovernistas PSDB e DEM exigindo sua saída e o acusando de ser fantoche de Cunha. Maranhão tem repetido que não renunciará e se fia numa coalizão de partidos do chamado Centrão, que buscam proeminência no Governo Temer, para dizer que fica onde está.

Nesta semana, o deputado Arthur Lira (PP-AL), da tropa de choque do peemedebista e também investigado pela Lava Jato, foi escolhido para presidir uma das principais comissões do Congresso Nacional, a Mista de Orçamento. Depois dessa vitória, o peemedebista luta para emplacar outros de seus fiéis seguidores na liderança do Governo Casa e na presidência, caso o cargo de presidente seja considerado vago nos próximos dias e seja necessário realizar uma eleição para um mandato tampão. As funções seriam disputadas por três aliados: André Moura (PSC-SE), Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO).

No final do dia, Moura foi escolhido o líder de Governo de Temer na Câmara. Ele é considerado por alguns deputados o “papel-carbono de Cunha”. É uma espécie de representante do baixo clero que tem no peemedebista sua “fonte inspiradora”. Investigado pela Lava Jato, o deputado sergipano é o favorito do grupo do “centrão” para ocupar a liderança de Temer na Câmara. O presidente em exercício é reticente ao nome dele, preferia ter na vaga Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas teme que se isso for feito sua base no legislativo não seja tão segura como estima. Rosso e Arantes foram, respectivamente, presidente e vice da comissão do impeachment. O primeiro concorreria a uma vaga de presidente-tampão. O segundo seria candidato ao mandato do próximo biênio (2017-2019), mas caso o representante do PSD não consiga a indicação de seus pares, estaria disposto a ocupar a vaga já…”

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Um Comentário

  1. Sim, advogados são como bodes expiatórios, absorvem os pecados dos clientes. Alexandre de Moraes, como exemplo e sem nenhum juízo de valor, defendeu Cunha numa ação de uso de documento falso se não me engano. Só que depois virou secretário de segurança de SP, governo Alckmin. Antes disto, foi secretário de transportes do Kassab quando o mesmo era prefeito. Antes era promotor e professor universitário, com livros na área de direito constitucional mais usados e conhecidos do que os do Temer.
    Capez, presidente da AL de SP, enrolado no caso das merendas também não nasceu político, era promotor. Doutor em direito, seus livros também são muito utilizados por aí.
    Busílis? Certos detalhes omitidos. Se alguém nota que falta alguma coisa sobre alguém, quem garante que não falta algo sobre outra pessoa também?
    Afirmações sem base fática. Gustavo do Vale Rocha só advogou para Cunha? Mais ninguém? Ou vai dizer que é “óbvio”? Terra é plana, “óbvio”.

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