UFSM. Burmann dá conta ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão: déficit chega aos R$ 12 milhões
Na versão online de A RAZÃO, com foto da MULTIWEB (Divulgação)
O reitor Paulo Burmann informou nesta sexta-feira, 6, que o déficit da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) atinge R$ 12 milhões.
O número negativo nas contas da instituição foi divulgado durante reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), que ocorreu esta manhã na universidade. Conforme Burmann, o principal problema neste momento é a falta de recursos para quitar as contas já liquidadas.
Ao longo da reunião desta manhã, o reitor apresentou números do orçamento da instituição e comentou que o momento é difícil. Na semana passada, o Ministério da Educação anunciou corte de 20% nos repasses para custeio, que inclui o pagamento das contas de água, luz, telefone e segurança, e de 60% para investimentos.
O orçamento da Federal para este ano é de R$ 997 milhões. A maior parte (77%) é para pagamento dos salários dos servidores, que somam R$ 775 milhões. Os demais R$ 222 milhões são recursos para manutenção e investimentos.
O corte em 2016 é ainda mais forte do que o realizado em 2015, quando o MEC reduziu os repasses de custeio em 10% e de investimentos em 50%. Porém, a diferença é que uma suplementação que ocorreu ao final do ano passado permitiu que a UFSM pagasse todas as suas contas.
Em 2016, o cenário é diferente, principalmente porque a provável mudança de governo na próxima semana, com o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e a posse do vice Michel Temer (PMDB), pode mudar os critérios do governo para o repasse de verbas para a educação.
Apesar de o contrato com as empresas terceirizadas que fazem obras no campus terem cláusula que prevê até 90 dias para a UFSM pagar pelos serviços, Burmann teme pela paralisação de algumas obras. A difícil situação financeira da universidade foi mostrada em reportagem do Jornal A Razão em 30 de abril.
Na última quinta-feira, 5, estudantes da UFSM fizeram uma manifestação no campus contra o corte de recursos do MEC.
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Aproveitando o tema que tem a ver com gestão no serviço público, está mais do que na hora de “cair a ficha” nas universidades públicas para a realidade da vida como ela é.
Os funcionários do INSS elegem seus “comandantes”? Não.
Os funcionários de qualquer empresa ou instituição pública ou privada escolhem seus gestores? Não.
Os funcionários dos Correios elegem os seus “comandantes”? Não.
Os funcionários das prefeituras são os que elegem os prefeitos? Não.
Só nas escolas (seu público interno escolhendo seus diretores) e nas universidades (da mesma forma) é que existe essa esquizofrenia.
Ok, isso foi uma necessidade nos tempos da ditadura militar, uma forma de proteção das escolas e universidades. Teve sua (boa) função nos tempos de outrora, mas hoje a coisa “caducou”.
Como a coisa funciona na real?
Em qualquer lugar do mundo, gestão tem a ver com profissionais preparados, formados e capacitados para tal. Falo de gestão com conhecimento, não com ideologias.
Chamamos isso de competências.
A competência na gestão não é alcançada de forma eficiente com uma escolha por votação democrática, muito menos quando os candidatos são pessoas que têm pretensão ideológica ou política.
Eleição é a chance de colocar ideologias, partidos, analfabetos funcionais e conchavos em algum poder; quase nunca é a chance de eleger competências reais para os cargos aos quais se elencam.
Por isto esse país está tão mal: elegemos partidos e ideologias, sonhos, mentiras, ilusões; não elegemos pessoas com competência comprovada.
Alguns espertinhos justificam, de forma desonesta intelectualmente, que a universidade precisa ter autonomia e a eleição é o caminho. Duas balelas. Causa e efeito equivocados.
– Quem paga a conta das universidades somos nós, que pagamos impostos que irrigam as contas bancárias das universidades.
– Não existe autonomia quando a própria universidade não se sustenta.
– Nenhuma universidade ou instituição pública em qualquer lugar do mundo é um fim em si mesma, comandada pelos próprios funcionários e integrantes. Isso não existe.
– Não se pode delegar ao próprios funcionários o comando de uma instituição pública. Isso cria “panelinhas”. Rivalidades internas. Privilégios. Perde-se o foco (no caso, na educação).
Está mais do que na hora de se ter gestão privada, como numa fundação.
Nos EUA, que funciona muito bem mesmo, as maiores e melhores universidades têm administração profissional privada.
Existem metas públicas, mas a gestão é por competência, por isso mais eficiente. Funciona. Dá resultado. Algumas colocam no corpo de decisão antigos alunos, mas comprovadamente competentes. Não tem política nem partido se metendo.
Aqui o governo poderia contratar profissionais da área administrativa com tempo determinado. Se não cumpriu as metas, cai fora antes do contrato findo.
Qualquer gestor de qualquer empresa no mundo sabe que o seu “mandato” não tem tempo determinado. Se vai bem, fica, quando não vai embora antes por ter recebido uma proposta melhor. Aqui a eleição é desculpa esfarrapada para garantir mandato de um cargo público até o fim, mesmo que as pessoas eleitas se mostrem incompetentes no exercício do cargo.
Outra: professores são contratados para as devidas funções a que constam nos editais: serem professores. Cumprirem horário. Darem aulas. Fazerem pesquisa. Orientarem seus alunos.
Qualquer outro cargo (reitor, chefe de departamento, e pró-reitor) é desvio de função. É um absurdo essa situação.
Está mais do que na hora de mudar. Os tempos são outros. O atual modelo não funciona mais, comprovadamente.
Sejamos corajosos para as mudanças, para fazermos as coisas (mais) certas.
Se esse modelo já caducou, por que continuar nele? Egos? Interesse político? Isso nunca foi bom. Não me venham com “autonomia” porque isso é “conversa para boi dormir”.
Patria Educadora. Governo jogou um monte de dinheiro nas IFES de qualquer jeito, sem se preocupar com resultado, só para divulgar números e estatísticas sem sentido. Agora faltou grana, obras irão ficar paradas, aumento de salários nem pensar, greves e o escambau.
Nada novo, lá pelos 80 haviam esqueletos de prédios da CEU que eventualmente foram terminados.
Gestão privada é muito diferente da pública, aqui fora correm atrás da máquina. Por lá tocam a burocracia e quando não aparece o dinheiro fazem como Efeagá: assim não pode, assim não dá, assim não é possível!
Tem que ir atras do prejuizo, não adianta ficar sentado, tem que procurar vender os serviços que a UFSM pode fazer, como fazia no passodo, ficar sentado e mostrando as contas era o que se esperava dessa administração pifia e fazendo abaixo assinado, ora…..