Preconceito. Cá entre nós, proselitismo no rádio e TV não é gratuito. Mas ajuda o eleitorado
Há um inequívoco preconceito em relação à propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Ele parte, sobretudo, a partir da disseminação equivocada de que é gratuita. Não é. Talvez fosse mais correto procurar saber quem obtém dividendos com ela. Quem paga já se sabe: é o contribuinte, com a renúncia fiscal proporcionada às emissoras, que podem abater do imposto de renda o espaço concedido, como se fosse publicidade legal.
E quem ganha? As grandes emissoras, que cobram preço de tabela cheia, na hora da declaração do imposto a ser pago. Têm lucro com o horário eleitoral. Não as pequenas, que perdem espaço a ser vendido. Mas as grandonas só se queixam porque isso lhes convém. No escurinho dos escritórios financeiros, o champanhe é devidamente estourado.
Dito isto, é preciso que se diga, igualmente, que o eleitor e o candidato também podem comemorar. Nos tempos que correm, de dificuldades para arrecadação de recursos de campanha, é o que sobra (e não é pouco) para um contato direto entre as partes.
Um outro aspecto interessante desse proselitismo, iniciado não faz 48 horas em todo o país, é enfatizado pelo veterano jornalista Carlos Brickmann, na coluna Circo da Notícia, que ele assina no sítio especializado Observatório da Imprensa. Vale a pena saber qual é. Confira, a seguir:
ELEIÇÕES 2008 – O começo real da campanha
A campanha eleitoral de verdade é a que se inicia agora: o horário gratuito de TV, que mostra aos eleitores o rosto dos candidatos, suas propostas (ou falta de propostas), que permite comparar uns aos outros. Há quem não goste; há quem prefira, como este colunista, ver o jogo do Corinthians; há quem prefira as emoções da novela. Mas novela e futebol nos agradam ou irritam no curto prazo. O resultado das eleições nos afeta no longo prazo: teremos melhor transporte, ou não, teremos melhor trânsito, ou não, teremos melhor uso do dinheiro público, ou não, dependendo do prefeito que ajudarmos a eleger.
Que é que move tantos veículos de comunicação, que é que move tantos jornalistas a criticar com tanta força o horário gratuito? Tudo bem, o horário gratuito não é perfeito mas o que é perfeito? Há demagogia, sim; demagogia que continuaria existindo sem horário gratuito, e sem que o eleitor tivesse o direito de olhar o rosto do candidato, de acompanhar visualmente seus eventuais acessos de insinceridade. Há promessas absurdas, sim; há má-fé, sim. Só que nada disso acabaria com o fim do horário gratuito.
Talvez alguns colunistas, alguns nomes de grife se sintam ofendidos com o contato quase direto do eleitor com o candidato, tornando menos importante aquilo que consideram seu direito sagrado, de achar que comandam, por trás das telas de seus computadores, o pensamento dos votantes. Bobagem? É: candidatos apoiados por um líder carismático, como o presidente Lula, já perderam eleições. Mas é uma bobagem piedosa: deve ser difícil comprovar que a orientação tão boa que oferecem é rejeitada pelo eleitor desobediente, que quer votar nos candidatos que escolher e não nos que escolherem para ele.
Empresas gigantescas, com produtos conhecidos e líderes de mercado, não economizam verbas para anúncios da TV. Será que propaganda na TV é boa para sabão em pó, refrigerantes, jornais, livros, e inútil apenas para candidatos?…
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra da coluna Circo da Notícia, de Carlos Brickmann, no sítio especializado Observatório da Imprensa.
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