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CIDADANIA. Quase metade da produção brasileira queimada para a amortização de uma dívida duvidosa

Amauri Perusso, que esteve em evento promovido pela Sedufsm, destacou que auditoria da dívida está prevista na Constituição Federal
Amauri Perusso, que esteve em evento promovido pela Sedufsm, destacou que auditoria da dívida está prevista na Constituição Federal

Por FRITZ R. NUNES (texto e foto), da Assessoria de Imprensa da Sedufsm

R$ 3,8 bilhões ao dia. Esse valor foi o que consumiu a dívida pública do país em 2015, conforme dados da Auditoria Cidadã da Dívida. No ano anterior, em 2014, do total do orçamento executado, correspondente a R$ 2,168 trilhões, um total de R$ 978 bi, o equivalente a 45,1% do Produto Interno Bruto (PIB) foi queimado em pagamentos de juros e amortizações da dívida. E isso não é novidade. A dívida consome quase metade das riquezas do país já há muitos anos, tendo como principal efeito a depauperação dos investimentos estatais, não apenas federais, mas também com reflexos em estados e municípios, que transferem recursos para pagar a dívida, sem nunca conseguir quitá-la.

Foi para aprofundar um pouco mais o tema da auditoria na dívida que esteve na UFSM, na tarde de quinta, 16, durante a programação do Dia de Luta das entidades em defesa da educação e dos serviços públicos, Amauri Perusso. Ele é presidente da Federação Nacional das Entidades de Servidores dos Tribunais de Contas do Brasil (Fenastc) e integra o grupo de especialistas da Auditoria Cidadã da Dívida. Perusso falou já próximo ao final da tarde, para algumas dezenas de pessoas, entre estudantes, professores, técnico-administrativos e militantes de movimentos sociais, na plataforma em frente ao prédio da Biblioteca Central, no campus de Camobi.

Durante a audiência pública, o auditor argumentou a importância de a sociedade tomar conhecimento sobre a necessidade de realizar uma auditoria na dívida pública brasileira. Conforme o material impresso apresentado por Amauri Perusso, é preciso investigar as origens da dívida e seu crescimento absurdo. No caso da dívida da União, existem diversos indícios de fraudes, ilegalidades e ilegitimidades revelados por uma série de estudos, pesquisas e, sobretudo, pela CPI da Dívida realizada em 2009, pela Câmara dos Deputados.

Segundo esses vários estudos e investigações, as ilegalidades dessa dívida consistem no fato de, por exemplo, além de juros abusivos, também em cobranças de juros sobre juros, o que é ilegal, conforme a Súmula 121 do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, em função de que o Governo Federal arrecada menos do que necessita para pagar os empréstimos acrescidos desses juros, e ainda financiar os investimentos públicos, ele (governo) pega novos empréstimos constantemente, tornando a dívida pública uma bola de neve.

Na avaliação de Perusso, é totalmente sem sentido o fato de a União agir como uma espécie de agiota, cobrando juros das dívidas dos estados. Ele destacou o fato de o RS, entre outras unidades da federação, ter conseguido uma liminar do STF suspendendo a obrigatoriedade de pagar a  dívida para a União enquanto “as partes” (União e estados) não entrarem em um acordo. Para o membro da Auditoria Cidadã, essa postura do Supremo é equivocada, pois o que a Corte deveria fazer é tomar uma decisão que beneficiasse os estados, que em última instância, seria em favor da sociedade. Entretanto, no entendimento de Perusso, o STF se omitiu de fazer um julgamento que contrariasse os banqueiros…”

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2 Comentários

  1. Dívida duvidosa?

    Faz décadas que o país, os estados e os municípios gastam muito mais do que arrecadam, e o que faz o Governo Federal?

    Gera títulos da dívida pública para “sugar”, como um buraco negro, recursos dos bancos e da sociedade para pagar as contas.

    E a que taxa de juros? Uma das regulares maiores do mundo, definida pelo próprio governo (através do Banco Central), que impõe um valor em função do contexto macroeconômico: a obrigação constitucional de controlar a inflação e outra mais especulativa, que é ser atraente para o mercado (a sociedade) se interessar em comprar os títulos.

    “Sugo o dinheiro hoje para pagar as contas e postergo com a barriga o problema para daqui vários anos.. E pago caro por isso”;

    Como pode uma dívida não crescer desse jeito, se sempre as contas públicas são deficitárias há décadas?

    E que só aumentaram mais ainda com a incompetência e ilegalidades dos últimos governantes?

    É muito lindo falar em dívida “duvidosa”, mas quem fala isso nunca estudou o assunto ou estudou e nunca tirou os óculos ideológicos.

    Enfim, quando é que vão parar de gastar mais do que arrecadam e estancar essa dívida brutal que só cresce?

  2. Duvidosa em parte. Dilma aumentou a dívida em quase 500 bilhões. Jogou no BNDES. Onde foi o dinheiro? Obras na Venezuela, no Equador, na África. Subsídios para frigoríficos que quebraram. Uma fatia considerável continua parada no banco porque ninguéms pegou, a crise chegou antes. Desenvolvimentismo, capitalismo de Estado, o discurso oficial.
    Querem uma auditoria independente, sem controle dos “movimentos sociais”? A vontade, vamos ver quem corre mais.

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