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Balanço. No primeiro governo de Lula, dos 60 ministros nomeados, só 18 não eram do PT

O levantamento foi feito pelo site especializado “Congresso em Foco”. E vem bem a propósito destes momentos em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dá passos concretos em direção à formação de um governo de coalizão. Para tanto, se dispõe, é o que se noticia, a entregar ministérios “de porteira fechada”. O titular nomeia todos os cargos da pasta. Bem diferente do primeiro governo em que, mesmo de outro partido, o ministro convivia com um “segundo” que era necessariamente do PT.

Aliás, mais que isso, conforme o texto do repórter Ricardo Taffner. Agora mandar no segundo escalão dos ministérios, das cinco dúzias de ministros nomeados por Lula ao longo do primeiro mandato, apenas uma e meia era de integrantes oficiais de outras agremiações. Não é por acaso, claro, que o PT, como partido, relute tanto em ceder espaço. E terá que, se o Presidente persistir na sua idéia, ser simplesmente enquadrado. Não haverá outro jeito.

Sobre o levantamento do Congresso em Foco, imagino que valha a pena ler o texto de Taffner. Ele pode ser muito elucidativo do que aconteceu, e das dificuldades que Lula encontrará para mudar o figurino, no segundo tempo de seu governo de oito anos. Acompanhe:

”Coalizão petista
Dos 63 ministros nomeados por Lula, 30 exerceram o cargo filiados ao PT. Apenas 18 eram de outros partidos

Apesar de ter evocado o discurso do “governo de coalizão” todas as vezes em que mexeu no ministério, o presidente Lula foi generoso com os companheiros petistas ao longo de todo o primeiro mandato. Dos 63 ministros nomeados pelo presidente, 30 exerceram suas funções filiados ao Partido dos Trabalhadores. Juntos, os demais partidos da base aliada tiveram de se contentar com 18 nomes. Outros 15 ministros assumiram o cargo sem filiação partidária.

Depois do PT, o PMDB foi o partido que mais ocupou espaço no primeiro escalão ao emplacar cinco peemedebistas: dois no Ministério das Comunicações, dois na Previdência Social e um na Saúde.

O PSB – que fez três ministros na Ciência e Tecnologia e herdou a Integração Nacional com a filiação de Ciro Gomes, até então no PPS – aparece logo à frente do PCdoB e do PL, que tiveram três de seus quadros no comando de ministérios, de acordo com levantamento feito pelo Congresso em Foco.

Algumas legendas com menor participação, como PV, PTB, PDT, PPS e PRB, também comandaram uma pasta cada. As cotas dos partidos mudaram durante a primeira gestão de Lula devido à migração de alguns ministros para outras legendas.

Com o posicionamento do PPS como oposição, Ciro Gomes deixou a sigla para se filiar ao PSB, em maio de 2005. O vice-presidente e então ministro da Defesa, José Alencar, também enfrentou problemas no PL e decidiu fundar o PRB, em agosto de 2005.

Enquanto conversa com representantes de uma dezena de partidos e adia o anúncio do novo ministério, Lula promete, enfim, pôr em prática o discurso do “governo de coalizão” no segundo mandato.

“O governo será composto de uma forma diferente. Quero construir alianças com partidos políticos, o que importa são as políticas públicas que o governo vai colocar em prática”, disse o presidente no último dia 8. “O PT vai ter a participação no governo que tem o tamanho do PT”, anunciou. Espera-se, assim, que o presidente diminua a hegemonia que legenda protagonizou até agora.

Entre técnicos e aliados

Na primeira formação do governo, 20 pastas foram destinadas a nomes ligados ao PT. Nem todos eram filiados ao partido, caso do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Cinco órgãos foram ocupados com perfis considerados técnicos. Enquanto isso, PSB, PV, PCdoB, PL, PTB, PPS e PDT – os dois últimos, hoje na oposição – ganharam apenas um cargo cada um. A configuração do grupo montado por Lula surpreendeu especuladores e analistas políticos ao deixar de lado antigos companheiros, como o senador Aloizio Mercadante (SP) e o então presidente do PT, José Genoino.

Muitos viram no primeiro ministério, incluindo a ausência de Mercadante e Genoino, forte influência do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, que teria a intenção, segundo essa interpretação, de não ver ofuscado seu poder sobre o PT paulista.

Na primeira reforma, em janeiro de 2004, Lula cedeu dois ministérios aos peemedebistas para conquistar o apoio do partido dos senadores…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, inclusive a relação completa de todos os ministros nomeados por Lula, pode fazê-lo acessando a página do “Congresso em Foco”, no endereço http://www.congressoemfoco.com.br/Noticia.aspx?id=11650.

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