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Raul Bopp. Verdadeira aula de literatura, no resgate às idéias de um grandão do modernismo

Nascido em Itaara, Raul Bopp foi um dos grandes do modernismo brasileiro, movimento que agitou o País nas primeiras décadas do século XX. E foi ele o tema de um excelente debate acontecido na noite de segunda-feira, com direito a encenação (foto) de fragmentos de Cobra Norato, a obra mais conhecida do autor.

 

Um relato do evento promovido pela Seção Sindical dos Docentes da UFSM (o já tradicional “Cultura na Sedufsm) foi produzido e distribuído aos veículos de comunicação, pela assessoria de imprensa da entidade. O texto é de Fritz Nunes e a foto de Renato Seerig. Confira:

 

“Cultura na SEDUFSM proporciona verdadeira

aula de literatura resgatando idéias de Raul Bopp

 

Foi uma verdadeira aula de literatura com direito a um resgate do pensamento do poeta modernista, Raul Bopp. Nascido em Itaara, quando ainda era distrito de Santa Maria, no final do século XIX, Bopp, ou Bôpp (com o som da letra “o” fechado), foi definido como um “viajante”. E nessa condição percorreu o país nas primeiras décadas do século XX, tendo se engajado entre os escritores e artistas que realizaram a Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo. Ao percorrer a Amazônia, Raul Bopp buscou inspiração para escrever o poema “Cobra Norato”, em 1931, seu trabalho mais reconhecido, e que faz parte do “movimento antropofágico”, que, segundo o professor de Literatura da UFRGS, Antonio Sanseverino, representava a idéia de “devorar o que vinha de fora, transformando-o em algo com expressão local”.

 

Em linhas gerais esse foi o tom da 33ª edição do Cultura na SEDUFSM desta segunda, 8 de setembro, com o tema “Raul Bopp, vida e obra”, que teve como palestrantes o professor Pedro Brum Santos, do curso de Letras da UFSM, além de Antonio Sanseverino, da UFRGS e a atriz e integrante da Cia Mínima de Teatro, Lara de Bittencourt, que havia apresentado antes da abertura do debate um fragmento cênico relativo a “Cobra Norato”. Também participaram da peça as atrizes Gabriela Amado e Priscila Genara Padilha. Cerca de 40 pessoas prestigiaram a atividade, entre elas, duas especialmente convidadas pela organização do evento: as primas do escritor famoso, Carmem Ligia Gaiger e Dalva Bopp. A coordenação dos trabalhos foi da professora de Letras da UFSM, Silvia Paraense.

 

DÍVIDA– Em sua fala introdutória, o professor de Letras da UFSM, Pedro Brum Santos ressaltou que “temos uma dívida com a obra de Raul Bopp”. Traçou um perfil da trajetória do autor usando como referência nomes de relevo como o filósofo Walter Benjamin e escritores como Honoré de Balzac. Conforme Santos, ao exercer a carreira diplomática no governo de Getulio Vargas (década de 1930) Bopp teve a possibilidade de colocar em prática a sua “viagem”. A obra de maior relevo do autor, “Cobra Norato”, na análise de Pedro Brum Santos, é um poema fragmentário que recebeu emendas e foi sendo aperfeiçoado ao longo da vida de Bopp, sendo considerado um símbolo da “auto-afirmação brasileira”.

 

Antonio Sanseverino, do curso de Letras da UFRGS, destacou que “Cobra Norato” é um poema formado por 33 partes, sendo essas descontínuas, fragmentadas, em que os quadros da natureza se sucedem. A história da obra se baseia numa lenda amazônica da Cobra Grande, a serpente que engravidou de gêmeos uma nativa, de quem nasceram Maria, o gênio mau, e Norato, o bom que, ao fim, torna-se o sobrevivente cego da inevitável luta com sua irmã. O trabalho do autor gaúcho acabou inspirando o escritor baiano, Jorge Amado, que escreveu “Terras do sem fim”.

 

A atriz Lara de Bittencourt, que encenou fragmentos de “Cobra Norato”, explicou que a técnica utilizada pelas atrizes foi a da “psicofísica”, uma metodologia em que o corpo é muito exigido. Segundo ela, essa foi a técnica que melhor se encaixou para a encenação de um trecho do poema de Raul Bopp.

 

Uma das primas do renomado poeta, Dalva Bopp, usou o microfone, quase ao final do evento, e enfatizou as qualidades de Bopp. Segundo ela, um “escritor avançado e patriota”. Ela agradeceu bastante à SEDUFSM, pois, seriam poucas iniciativas locais com o intuito de resgatar a contribuição tão importante de Bopp para a literatura e cultura nacionais.

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, também outras reportagens produzidas e distribuídas pela assessoria de imprensa da Sedufsm.

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