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No meu tempo… – por Alice Elaine Teixeira de Oliveira

alice“Ah, isso no meu tempo não acontecia!”

Quem já não ouviu esta frase ou até mesmo a repetiu por diversas vezes? Embora seja um tanto quanto comum e usual, ela também é um ledo engano. Todos que usam esta sentença querem fazer a comparação de que hoje as coisas saíram dos trilhos, que os valores não são mais os mesmos e que a geração atual nunca será tão boa quanto a sua própria. Geralmente quando usada refere-se a algo absurdo no qual nunca se havia ouvido falar, mas creio que era apenas um fato ignorado.

Afinal, quando você era criança nem ligava para o assassinato que acontecia em frente ao bar da esquina de um outro bairro. Quando era adolescente não queria saber se o político que seu avô admirava estava envolvido no maior escândalo monetário da época.

Enquanto as crianças brincavam com seus carrinhos de metal, em suas estradinhas de terra no fundo do quintal, com batidas e explosões mirabolantes, ignoravam os muitos acidentes causados pela imprudência de motoristas embriagados. Durante as reuniões de meninas com suas bonecas de plástico ou de pano, sequer discutiam a idade da ‘Barbie’ ou se ela poderia estar grávida, ou ainda se havia largado a escola para criar seu filho. O Ken era um ‘boa pinta’ gentil e vaidoso que gostava de desfilar e dar carona para sua namorada, sem nenhuma outra intenção.

Ao jogar bolinha de gude não havia maior punição ao jogador que avançava alguns centímetros da raia, apenas uma ou duas advertências, porém ninguém comparava a atitude desonesta com a do funcionário que bate o cartão ponto, mas não cumpre sua jornada de trabalho. E quando o assunto eram as guloseimas que caiam do alto a regra era o ‘cada um por si’, o ‘pegar o máximo que puder’ e o empurrão e atropelo aos menores e às meninas eram comuns e normais; nunca vi uma criança dizer que acionaria alguma lei como a ‘Maria da Penha’ caso um outro lhe machucasse. Inclusive, meninas grandes batiam em pequenos garotos sem maiores punições…

Consegue lembrar alguém chegar na pelada de futebol e dizer que vai ficar famoso e quando for vendido pro estrangeiro vai dar jeito de esconder alguns milhões só pra não pagar os impostos? Talvez não, mas a sonegação já existia, e muito… E nas festinhas de garagem, quem nunca se arriscou a roubar um beijinho? Pois é, muitas outras coisas eram roubadas de meninas inocentes, junto com seu amor próprio a suas infâncias e a própria vida.

Quando foi o ‘SEU TEMPO”? Será que já morremos enquanto vivos? Abdicamos de viver o presente para compararmos o tempo de hoje com um ontem em que quase nada sabíamos? Tínhamos uma visão romântica da realidade, em partes por termos a ingenuidade que a nossa idade nos dava, a proteção na qual nossos pais nos cercavam e os meios de comunicação que também gatinhava.

Porém tenho uma última argumentação, se ESTE TEMPO não é o NOSSO, o que estamos fazendo? Apenas reclamar não muda nada, nunca mudou, pois nosso passado foi o tempo das coisas erradas e absurdas para os nossos pais e avós, naqueles dias eles repetiam a frase: “Ah, isso não acontecia no meu tempo”.

 

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