SALA DE DEBATE. Então, Getúlio foi um ditador? E a solução para a insegurança vem com armas liberadas?
Três assuntos. E apenas três. Foram os que mobilizaram os convidados do “Sala de Debate” de hoje, na Rádio Antena 1, entre meio dia e 1 e meia. Dois deles consumiram um bloco inteiro: afinal, Getúlio Vargas, que se suicidou há exatos 62 anos, foi um ditador ou é alguém acima de qualquer crítica? E Santa Maria, diante da evidência histórica de que setembro é um mês de muitas (e abundantes) chuvas, está preparado para enfrentar quaisquer dificuldades?
Já o terceiro tema, bem, este rendeu muuuita discussão entre os convidados – Alfran Caputi, Elizabeth Copetti, Eni Celidonio e João Marcos Adede Y Castro – e intensa participação dos ouvintes. Afinal, população armada (em que circunstâncias e sob quais condições?) é uma das soluções possíveis para enfrentar a insegurança?
Numa expressão: pegou fogo. E haja trabalho para o âncora, este editor.
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Gêgê foi ditador, mas há que se levar em conta o contexto histórico. Julgar o passado é barbada. Depois da crise econômica de 30 a democracia estava sob forte questionamento. Não muito diferente do que acontece agora. Getúlio havia sido eleito por via indireta e sofreu uma tentativa de golpe dos comunistas em 35. Em 38 já no Estado Novo sofreu nova tentativa de golpe desta vez dos integralistas. Não tinha muita gente na onda da democracia. Declaração de direitos humanos da ONU é de 48.
Brizola não dividiu a esquerda, esta nunca precisou de ajuda ou motivo para se dividir. Eles herdaram um costume de Prestes, são muito rápidos para fazer “autocrítica alheia”.
Armas liberadas podem não ser solução para a insegurança, porém a mesma não pode ficar sem solução. Sob pena da população começar a se armar à revelia da lei. Advogado tira da cadeia, do cemitério é meio difícil.
Estatuto do desmamento foi um Brexit. Acharam que iriam ganhar e perderam. Depois criaram todo tipo de entrave burocrático para tornar a consulta popular sem efeito. Depois reclamam que os outros não respeitam as urnas.
Existe um pessoal meio poliânico, idealista, que acha que no futuro a humanidade se encontrará de mãos dadas ao redor da fogueira para ouvir John Lenon. Bueno, esta gente poderia aproveitar o tempo e, enquanto esperam, aproveitar para se lascar. O espírito de nobreza e os grandes princípios morais são muito bons enquanto a pua é no dos outros. Quando é na deles parece que estão capando porco.