SALA DE DEBATE. Esporte é um agregador social? E onde, além da Saturnino, os jovens podem se divertir?
Dois temas predominaram fortemente no “Sala de Debate” desta terça-feira, 9, na Rádio Antena 1. O primeiro deles, e que tomou tempo razoável, foi a Olimpíada. Não exatamente os jogos do Rio, mas suas decorrências. É, afinal, o esporte um elemento de agregação social? Pois, por incrível que pareça, algo que parecia unânime, redundou em divergências, até fortes, envolvendo os convidados debatedores Antonio Candido Ribeiro (Candinho), Giorgio Forgiarini e Péricles Lamartine Palma da Costa.
Já o outro assunto, em princípio, apesar da acalorada discussão, mediada por este âncora, teve mais pontos de concordância – ainda que houvesse ouvintes bastante discordantes. No caso, a utilização da Praça Saturnino de Brito como o local favorito da juventude, notadamente nesse momento de (re)início das aulas nos cursos superiores.
Enfim, como se dizia, temas “palpitantes” e que tornaram o Sala de Debate pra lá de ágil, nesta terça.
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Acho que foi Hobbes no século XVII. Tolerável? Para quem mora depois de um raio de cinco quadras dali é bastante tolerável. Só que alguns tem que aturar outras coisas, tipo ensaio de escola de samba antes do carnaval, romaria da Medianeira, desfile de setembro, por aí vai.
E quem diz que em áreas públicas “baixa um vírus” do nada e o comportamento civilizado de cada pessoa muda “automaticamente” para um comportamento anti-social, antilegal e até tribal, e que isso seria tolerável?
Shopping não é área pública. Alás, uma gurizada andou acionando alarme de incêndio por lá tempos atrás. Mais, recinto fechado, com seguranças, não tem o espírito de festa.
Ora, dá para bem para se encontrar e confraternizar sem histerias e baderna. Não se encontram nos shoppings de forma civilizada?
Futebol é esporte, briga de torcida é agregação social? Qual o país razoavelmente civilizado que não dá importância para o esporte?
Não fui aluno marista, mas conheço gente que estudou lá. Colégio Santa Maria (por exemplo) nunca descuidou da formação humanística dos alunos e sempre preparou muito bem para o vestibular. As duas coisas não são mutuamente exclusivas.
Um lugar é necessário porque a juventude quer ver e ser vista. Para alguns é a primeira experíência longe dos pais ainda por cima, cidade nova, é necessário fazer novas amizades. Alguns fazem besteira, mas conheço muito poucos que não fizeram besteira na vida, desconfio que fizeram e não fiquei sabendo. Faz parte, como um certo grau de rebeldia na adolescência para uns, crise da meia idade, etc.
Cá para nós, de forma saudável, sem atrapalhar o sossego e sem barulho, só se fosse encontro budista. Ainda assim reclamariam da cantoria e do incenso. Não é o caso. Não é o primeiro lugar na cidade que acontece isto. Drogas? Fiscalização.
Problema maior é o sossego e o preço dos imóveis nos arredores da Saturnino. Mas quando saírem de lá, o “problema” muda de lugar, só isto.
Uma coisa é se divertir.
Outra é fazer baderna, usar drogas, acabar com o sossego da vizinhança e atrapalhar o trânsito.
Que estória é essa de precisar ter um lugar? Não vai ter lugar nenhum no Brasil à disposição de ninguém para fazer atos fora da lei e do Código de Posturas.
Se essa diferença fosse muito clara e os jovens fossem à Saturnino só para confraternizar, de forma saudável, sem baderna, sem atrapalhar o sossego do entorno, não teria problema algum.