KISS. Último decreto de Schirmer torna “de utilidade pública” o prédio da boate da tragédia que matou 242
O documento (veja na ilustração abaixo e confira a íntegra em linque no final desta nota) foi assinado no dia 6 de setembro, ultimo dia de Cezar Schirmer como prefeito. É provável, embora não haja confirmação, que também tenha sido o derradeiro ato do comandante do Palacete da SUCV, antes da renúncia ao cargo para assumir a secretaria estadual de Segurança Pública.
De todo modo, foi tornado público apenas nesta terça-feira. E o fato é que o Decreto em que torna o terreno que abrigava a boate Kiss “de utilidade pública”, abre caminho legalmente para a desapropriação do prédio que foi palco da tragédia na qual morreram 242 meninos e meninas. A decisão final, porém, tende a ficar com o próximo prefeito, a ser eleito em outubro.
Para saber mais do Decreto e outras repercussões, vale conferir o material disponível na versão online do jornal A Razão. A reportagem é de Joyce Noronha, com foto de Gabriel Haesbaert. A seguir:
“Decreto de Schirmer declara terreno da Kiss como espaço de utilidade pública…
…Dia 6 de setembro deste ano foi o último dia de gestão de Cezar Schirmer (PMDB) na Prefeitura de Santa Maria, mas antes de renunciar ao cargo para assumir função no Estado, ele assinou um Decreto que se refere ao terreno onde hoje estão os escombros da boate Kiss. O documento é uma declaração de utilidade pública e a explicação é para que haja possibilidade futura de desapropriação do imóvel.
O Decreto da Prefeitura sugere que o espaço seja transformado em um memorial às 242 vítimas e aos sobreviventes. “Para que a tragédia nunca seja esquecida e para que nunca mais volte a acontecer, em lugar algum”, cita trecho do documento.
A propriedade é da empresa Eccon Empreendimentos de Turismo e Hotelaria, com sede em Porto Alegre. Em outubro do ano passado, o advogado Paulo Henrique Correa da Silva, que representa a empresa, anunciou que a Eccon tem interesse em transformar o local em um hotel. Em agosto deste ano, o juiz da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, Ulysses Fonseca Louzada, liberou o imóvel para restituição à sua proprietária…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
Por favor, não envolvam o setor público, bancos, loterias, prefeitura, nada.
Chega de “muletas públicas”.
Querem fazer uma homenagem eterna sem onerar mais ainda a sociedade e a quem não tem nada a ver com a tragédia?
Tomem iniciativa própria. Encontrem um local adequado. Empreendam. Façam algo que pague as contas. Tomem iniciativa de resolverem por conta. Não tem nenhum empreendedor entre os familiares que tenha boas ideias e faça a coisa andar?
Nada justifica erros, mas podendo evitar e não onerar apenas uma cidade, uma alternativa popular aliviaria.
Envolvendo a Caixa Economica Federal, a avaliação e controle de obra seria qualificada.
O dinheiro seria publico de certa maneira, pois teria controle… apesar que ontem colocaram a CEF na rede da lava jato
Se há tantos maus usos do dinheiro públco. isso é justificativa para mais um?
Estão esgoeladas mas compram megasena de ano novo de São João. Arrecadam milhões.
Qualquer que seja a fonte de dinheiro para compra e construção haveria manutenção. Apresentei uma proposta para o começo. Ingresso em Memorial desconheço, mas já que levantaste a opção deves conhecer.
Eu imagino algo muito simples, uma praça, em uma parede nomes, no canto da origem da tragédia uma fonte, muita água para esquecer do que provocou tudo, um espaço aberto para se opor a armadilha fechada que ajudou na tragédia. Manutenção de praça, paredes e fonte? São diversas famílias em vigília, os guerreiros e guerreiras que perderam os filhos e filhas seriam incansáveis em manter o espaço limpo e bonito. Certamente empresas ajudariam.
Temos milhões de brasileiros, muitos gastando em “santinhos”, em placas de fora isto, fica aquilo… uma rifa de um pila e 10.000.000 de números e se arrecadaria fácil dinheiro para compra, demolição e construção de algo racional. Uma rifa/loteria extrapolaria as fronteiras de ajuda, não seria só a população da cidade a ajudar a pagar prédio, mas conterrâneos de vitimas de outras cidades e pessoas solidárias. Prefiro ser irracional e apresentar uma ideia que faria quem quiser a ajudar a pagar.. e acho que mesmo com crise, muita gente deixaria de certos gastos para ajudar. Eu reservaria uns pilas e até poderia ganhar algum prêmio, mas se tiver que pagar mediante aumento de impostos locais terei que pagar maior IPTU e outros impostos ou perder serviços. Fazer o que?
E as despesas de manutenção? E quem manterá os funcionários? Vão cobrar ingresso?
As pessoas estão esgoeladas financeiramente com impostos, com a alta inflação e a falta de correção monetária nos salários, então mais uma loteria para ajudar uma ação que é muito menos prioritária que qualquer coisa na vida das pessoas?
Sejamos racionais.
a associação das vítimas poderia pleitear uma LOTERIA, junto a Caixa Econômica Federal com objetivo unico de arrecadar dinheiro para adquirir imóvel (com cotação da própria CAIXA).
Alem da compra poderia incluir a construção de memorial ou mesmo um serviço de apoio.
Algo tipo TRI LEGAL com beneficio dirigido a uma ONG ou entidade.
Um excedente de arrecadação, seria dirigido a ONG.
Detalhe cômico é o pensamento mágico. Se memoriais evitassem tragédias, o que foi feito na Argentina por causa da República Cromagnon teria evitado o que aconteceu em Santa Maria. Alás, lá foi um trecho da rua. Ou no mínimo teria que ser feito um monumento ao artefato pirotécnico utilizado dentro de espaços fechados.
Schirmer usou o cargo e o herário público para dar uma “limpada na barra”.
Total zero, mausoléu é água debaixo da ponte. Minoria decide, maioria paga e não bufa. Na melhor das hipóteses vira “ponto turístico”, na pior uma Casa de Cultura, um Bombril, um centro de eventos municipal.
É o fim.
Com tantas situações prioritárias a encaminhar por falta de recursos públicos, cada vez mais escassos, isso se chama demagogia: “arte ou poder de conduzir o povo. É uma forma de atuação política na qual existe um claro interesse em [ ] agradar a massa popular”. E só.
Não será ele que vai pagar a conta, será a sociedade, uma alta conta que não é dela.
Políticos. Arghhhh.
Desapropriação está selada. Empresa de POA que corra atrás do prejuízo no judiciário. Próximo prefeito vai colocar a responsabilidade no antecessor. População não vai ficar sabendo quando começara a sair grana do orçamento para pagar o mausoléu, vai ficar escondido numa rubrica qualquer, algo como sentenças judiciais. Quando faltar algo numa escola ou num posto de saúde não será possível nem reclamar.
Quanto a Schirmer acredito que não há dúvida a respeito do caráter do cidadão. Ato às escondidas e sem debate antes de mudar de endereço. Honra muito o PMDB.