Por BRIAN WINTER, na versão brasileira do jornal El País, com foto de Reprodução (*)
Agora que Dilma Rousseff é história e os Jogos Olímpicos rebateram as previsões de apocalipse, os brasileiros esperam finalmente virar a página depois de dois anos horríveis de recessão e incerteza.
Infelizmente, não será fácil. Os mesmos dois problemas que fizeram Rousseff cair – a crise orçamentária e um escândalo de corrupção de proporções inéditas – continuarão causando graves dores de cabeça a seu sucessor, o presidente Michel Temer. Este advogado constitucionalista de 75 desfruta da confiança da maior parte da comunidade empresarial local e estrangeira, que se alegra de ver o fim de Rousseff, de sua má gestão orçamentária e de sua política industrial. Mesmo assim, Temer tem uma margem muito estreita para conduzir uma volta à normalidade, e alguns acontecimentos estão simplesmente fora de seu controle.
A economia brasileira, que joga em favor de Temer, começou a dar pequenos sinais de vida em meio à recessão mais prolongada e profunda em 80 anos, e possivelmente de toda sua história. Entre os 10 setores econômicos analisados pela Fundação Getúlio Vargas, uma escola de negócios e grupo de pesquisas, sete parecem estar agora crescendo ou reagindo. A recuperação é liderada pelos setores têxtil, calçadista e automobilístico, todos eles significativos para a exportação, graças em parte ao fato de que a moeda do Brasil está relativamente barata e a uma incipiente recuperação da confiança dos investidores. Segundo uma pesquisa semanal realizada pelo Banco Central, os economistas acreditam agora que a economia crescerá 1,2% em 2017, uma melhora modesta em relação às previsões médias de uma expansão de 0,2% que continuava acontecendo em abril, último mês completo de Rousseff no poder.
Se a recuperação continuar, Temer colherá os benefícios. Assim como os norte-americanos (mas, diferentemente, digamos, dos peruanos), a história recente indica que muitos brasileiros estão dispostos a relevar a falta de honradez e apoiar seus dirigentes desde que a economia cresça. Com efeito, a maioria dos votantes se mostrou disposta a olhar para o outro lado quando descobriu que o Governo de Luís Inácio da Silva, Lula, subornava sistematicamente os congressistas em meados da década de 2000, um período de prosperidade. Lula foi reeleito de qualquer forma…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
(*) Brian Winter é redator-chefe da Americas Quarterly, revista sobre política, negócios e cultura na América Latina.
Legenda da foto diz que os manifestantes pró-Dilma são um problema de Temer. Mas o texto começa afirmando que Dilma é história.
Dilma quebrou o país. Temer não é uma brastemp, mas pelo menos não é Dilma. Não é difícil de entender.
Fora Temer? Já teve fora Itamar, fora FHC, todos com seus pedidos de impeachment protocolados.
Se o partidinho acha que pode voltar a 2002 quando ainda não tinha sido governo como se nada tivesse acontecido na última década está enganado.