SALA DE DEBATE. Cunha ainda tem algum poder, depois de cassado? E, claro, Corsan, Vivo, GVT e etc
Giorgio Forgiarini defendeu a importância de uma reforma política feita aos poucos e não de sopetão, tudo de uma só vez. Melhor assim, disse ele, um dos convidados do Sala de Debate desta terça-feira, na Rádio Antena 1, entre meio dia e 1 e meia da tarde. E, sim, esse foi um dos temas tratados. Mas correlato ao que mais chamou a atenção, também, de Péricles Lamartine Palma da Costa e Jorge Luiz da Cunha, os outros dois participantes do programa ancorado por este editor.
Na verdade, o “day-after” da cassação de Eduardo Cunha e as suas consequências próximas ou nem tanto, acabaram por dominar a atenção dos convidados e dos ouvintes, que também não se furtaram de participar de outro assunto que preponderou, mais para o final do “Sala”. Qual? A pretexto de tratar da prorrogação do contrato de Santa Maria com a Corsan, todos foram unânimes em dizer que os serviços públicos concedidos, especialmente energia e telecomunicações, simplesmente não são fiscalizados. E aí, bem, e aí…
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Tempos atrás um telefone custava uma certa grana. Era investimento. De tempos em tempos a CRT lançava edital para ampliar a oferta e as pessoas tinham que se inscrever. Alguns ficavam na fila de espera. Os contemplados eram obrigados a comprar ações da empresa, virar sócio (o que gerou inúmeras ações judiciais depois das privatizações). Outro contratempo era mudar de cidade ou de estado. Tinha gente que faturava alugando linhas e corretores existiam para intermediar o negócio.
Energia também tem seus problemas, mas a tarifa paga atualmente é para um certo nível de serviço. Se cinco mil usuários ficarem desatendidos por causa de um temporal e quiserem que tudo fique restabelecido em oito horas (por exemplo) também é possível, só que o custo é outro. Como não ocorrem tempestades todo dia, na maior parte do tempo existirão equipes de manutenção paradas. Se o serviço fica estatal de novo podem acontecer duas coisas. Terceirização da manutenção, o que aumenta o custo porque existem duas estruturas administrativas, a estatal e a da terceirizada. Estatização completa, as equipes são compostas de funcionários públicos e daí precisarão de muito mais gente para realizar o trabalho braçal (não existe incentivo a produtividade) e mais gente para “coordenar” o trabalho dos outros.
No mais o Brasil é uma esculhambação mesmo.
Bueno, a informação sobre energia saiu do bolso e quando isto acontece geralmente está errada. Preço médio do quilowatt-hora em centavos de dólar (2011): Dinamarca 41; Alemanha 35; Espanha 30; Australia 29; Japão 26; Reino Unido 20; França 19; Brasil 17; EUA 12; por aí vai. Valores não são diferentes da média histórica pelo que pude ver. Logo os alemães pagam o dobro pela energia, utilização de renováveis deve ter muito a ver com isto.