Absolvição. Não se surpreenda. É o que acontecerá com Renan. Talvez até mesmo no Conselho
O jogo é o seguinte: o Conselho de Ética não tem regimento interno. Quando convém, utiliza-se o do Senado. Quando não, sempre há um parecer, aliás dois: um contra, outro a favor. Do que quer se decidir. Uma das formas, além da briga jurídico-política interna, para dirimir dúvidas também é o antecedente. Entendeu, até aqui?
Pois é. Vamos ao fato concreto. Renan Calheiros está sendo processado pelo Conselho de Ética, acusado, em representação apresentada pelo PSol, de quebra de decoro por ter, segundo os acusadores, se utilizado de recursos de lobista de empreiteira para pagar a pensão alimentícia da filha que teve com a jornalista Mônica Velloso (olha a foto dela aí, à vontade, posando para a Playboy).
O procedimento está em fase final. Calheiros, inclusive, foi ouvido na quinta-feira, em sessão privada (é a regra, por analogia), pelos relatores. São três. Dois vão condena-lo; um absolve-lo. E como os relatórios serão votados? Eis a questão. Em sessão secreta do Conselho? Há razoáveis chances de isso acontecer – o precedente, no caso do julgamento do ex-senador Paulo Otávio, do Distrito Federal, foi assim. E ele foi condenado, aliás – tanto no Conselho quanto, depois, no Plenário – e perdeu o mandato.
E agora, como será? Tchan-tchan-tchan-tchan!!! Tanto faz, na verdade, dizem os defensores da sessão fechada. Não é o que pensam seus oponentes – que querem a mídia presente, o que facilitaria, em tese, a aprovação do relatório contra Renan. É. Pode ser. Talvez até mesmo seja. No entanto, e aqui é uma opinião claudemiriana, no plenário, onde tudo se decidirá, o voto será (regimentalmente) secreto. E lá, escreva, o senador será absolvido. Com facilidade.
SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a reportagem Presidente do Conselho de Ética quer voto secreto no caso Renan, de Tiago Pariz, no G1, o portal da Globo.
Leia também a nota A pizza volta ao forno no Conselho, do jornalista Etevaldo Dias.
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