Análise. Mercosul, para que ele serve mesmo, se só o que avança é a mediocridade
O Mercado Comum do Sul está numa situação limite: qual o seu caminho? E as regras que nortearam sua criação, ainda nos anos 80? A resposta para a primeira pergunta não existe, dada a complexidade das relações que existem de país para país e, mesmo, no interior deles.
E a segunda questão é ainda mais complexa. Ou fácil, dependendo do ponto de vista. Afinal, dizem os princípios do Mercosul que dele não podem participar países que abdicaram do regime democrático. E, em alguns setores, ao menos, há sérias dúvidas acerca da validade desse preceito para países como, por exemplo, o Paraguai e a Venezuela.
A propósito, você lerá a seguir um artigo dos mais críticos em relação ao dito Mercado criado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A economista Adriana Vandoni, especialista em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas/RJ, definitivamente não pouca adjetivos, a começar pelo título. Acompanhe:
O bloco dos sujos
A julgar pelos discursos proferidos durante a Cúpula do Mercosul, realizada no Rio de Janeiro com a presença dos chefes de Estado sul-americanos, estamos avançando sim, como disse Lula. Estamos avançando a passos largos na mediocridade e, se permanecermos com essa velocidade, em breve consolidaremos a nossa irrelevância.
Organizaram um Foro Consultivo de Governadores e Prefeitos do Mercosul enquanto Chávez toma medidas para acabar justamente com esses poderes executivos na Venezuela, que poderiam lhe contrapor politicamente, em seu lugar pretende instalar conselhos comunais. Parece piada … mas, voltando ao recém criado Foro que é mais uma inovação blenorrágica ideológica, uma espécie de preliminar da Cúpula, na abertura Lula disse que a integração entre os países da América do Sul é de extrema importância, mas que é preciso aceitar o parceiro compreendendo suas assimetrias, sem tentar mudar. Isso parece mais a manual de como segurar seu casamento. A quais assimetrias ele se referiu? Essa é sua especialidade: devagar e divagar.
Chavez não parou de falar na implantação de um novo socialismo, um socialismo do século 21 em toda América do Sul. Ele nutre o sonho de uma revolução Bolivariana com ações Peronistas. Declarou que vai nacionalizar os setores estratégicos, mesmo assim a Petrobras anuncia futuros investimentos na Venezuela. Controla os canais de informação e afirma que não vai renovar a concessão da rede de TV mais popular do país por ser crítica ao seu governo, mas o governo brasileiro continua afirmando que a Venezuela é um país democrático.
Em 1998 foi incluída no Mercosul uma cláusula democrática que prevê a saída do país que se afastar da democracia, mas na pauta das discussões estava a inclusão da Bolívia e do Equador, que tiveram como agenciador ninguém menos que Hugo Chavez, o bufão das Américas que vem assumindo uma liderança lancinante e que irá governar seu país com poderes irrestritos através de decreto, ou seja, anulou o parlamento. Sem parlamento para fiscalizar o executivo, e sem outros executivos, teremos o quê? Tcham … tcham … uma democracia, segundo nossas autoridades. Só rindo! Esses países vêm adotando posturas despóticas e centralizadoras. A inclusão deles além de infringir o regimento do Mercosul é um grande risco, pois prejudica qualquer acordo internacional ou atração de novos investimentos que o Brasil possa…
SE DESEJAR ler a íntegra do artigo de Adriana Vandoni, pode fazê-lo acessando a página do ABC Politiko na internet, no endereço http://www.abcpolitiko.com.br/?secao=secoes.php&sc=2&url=debate.php.
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