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A caçada – Parte II – por Maiquel Rosauro

O medo ronda Pinhal Grande. Ariosto da Rosa, 41 anos, o principal suspeito pelo assassinato de quatro pessoas, há 15 dias, segue foragido. Passei o final de semana no município da Quarta Colônia, na casa dos pais da minha noiva, e presenciei a movimentação constante de viaturas da Brigada Militar em direção ao interior. Há uma grande força-tarefa para capturá-lo, mas até agora os esforços têm sido em vão.

Os assassinatos ocorreram no Rincão dos Basílios, cerca de oito quilômetros da cidade. A poucos quilômetros do local estão localizadas as comunidades de Gringuinha e Vila Mosa, onde a polícia também concentra as buscas por Ariosto. Ao mesmo tempo em que a caçada continua, aos poucos aumenta a indignação entre as pessoas próximas aos familiares das vítimas. A casa do suspeito já foi incendiada e nos confins da Quarta Colônia existe uma linha tênue que impede a justiça com as próprias mãos.

Há cinco anos visitei Gringuinha, que é banhada pelo Alague da Usina Hidrelétrica Dona Francisca. Com sede, entrei em um bar da comunidade. Na parede havia dois cartazes que diziam “Atenção: proibido jogar armados” e “Não aceitamos a entrega de armas quando a polícia chegar”. Como, provavelmente, eu era a única pessoa desarmada no estabelecimento, resolvi não ficar para o carteado.

Mas não tenha uma má impressão de Gringuinha. A comunidade tem lindas paisagens e visitar o local é como embarcar em uma viagem ao passado. Aliás, foi nessa aventura que vi pela única vez na vida uma litra (merece um prêmio quem sabe o que é isso).

Embora a caçada a Ariosto seja o principal assunto na cidade, sábado uma notícia inesperada ganhou todas as rodas de conversa. Ao meio-dia, ao vivo na rádio local, o pároco Pablo Zanini anunciou que está deixando a paróquia após oito anos. Ele está se transferido para a Paróquia Nossa Senhora das Mercês, em São Sepé, e será substituído pelo padre Olinto Cremonese, hoje em Júlio de Castilhos.

Todavia, apurei que Dom Hélio Rubert ainda não finalizou todas as transferências da Arquidiocese (e serão muitas, tanto em Santa Maria como na região) e alguma surpresa ainda pode ocorrer. Para um município pacato como Pinhal Grande, com 4,5 mil habitantes, que há dois meses elegeu um novo prefeito e agora caça um assassino, é novidade demais para um fim de ano.

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