SALA DE DEBATE. As esquerdas foram “aniquiladas” na eleição de ontem? E como será o segundo turno?
Não poderia ser outro o tema principal do “Sala de Debate” desta segunda-feira, na Rádio Antena 1, entre meio dia e 1 e meia. Ou alguém acha que, tolhidos pela legislação ao longo de 45 dias, os convidados deixariam de falar, livremente, sobre eleição e politic? Claro que não.
Assim é que Elvandir Costa, Luiz Ernani Araújo, Walter Jobim Neto e Alfeu Bisaque, sob a mediação deste editor, no popular, “se lavaram”. Houve de tudo, mas particularmente dois assuntos sobrepujaram quaisquer outros, inclusive com a adesão dos ouvintes.
Um deles foi a chamada derrota das esquerdas. Outro, bem mais local, foi o desempenho dos candidatos a prefeito e o que poderá acontece no segundo turno. Discordências (especialmente em relação às esquerdas) e concordâncias (sobretudo no que toca à disputa local) marcaram o programa, que vale a pena, sim, ser ouvido.
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O PSOL foi o maior vencedor (mesmo continuando nanico), pois pegou o rescaldo do PT. Não se assanhem, “pré-históricos”.
Uma das brigas do partido republicano ianque com Trump relaciona-se com o protecionismo defendido pelo candidato. Taxar as importações, rever todos os acordos comerciais porque foram mal negociados, etc. Ciro Gomes já afirmou que “O protecionismo brasileiro é parte de nossa cultura e um meio de preservar nossa identidade”. O nacionalismo de Trump também tem sua correspondência com vários partidos aqui, não só o PDT, o PC do B também. Trump é esquerda? Alguém pode dizer que existem diferenças, o que é óbvio. Entre os comunistas e os trabalhistas também existem diferenças.
PT é esquerda? Ou o discurso é de esquerda e a prática igual a dos outros partidos? Alguém pode afirmar que a encrenca se limita a São Paulo, Paraná e Minas. Só que a direção nacional do partido tem um caixa só, não tem conta separada para os honestos.
Esquerdas podem não ter sido aniquiladas. Mas existe uma parte que não é levada a sério porque as idéias são do século XIX. Outra parte não é levada a sério porque as idéias são da década de 70 do século XX e o pensamento econômico, colocado em prática pelas mãos de Dilma, fracassou miseravelmente. Falando só nos que não estão presos obviamente. Mais, os partidos viraram gerontocracias. Faltam quadros.
Programa. Marina ainda é a figura principal da Rede (20 milhões de votos em tese não são pouca coisa, além disto quando fala ainda é ouvida). Mas ela mantém a ideologia mais ou menos solta para acomodar diferenças. Tem outras figuras, Randolfe Rodrigues no norte e Alessandro Molon no Rio de Janeiro. Alguns saíram do partido estes dias, mas são uns perdidos, gente que saiu do PT, foi para o PSOL e acabou na Rede. Erundina é outra nau a deriva, saiu do PT, foi para o PSB e agora esta no PSOL.
Resumo da ópera é que depois do segundo turno as esquerdas fecham para balanço.
Já falam em reforma eleitoral grande para depois do carnaval ano que vem.