SEGUNDO TURNO. Partidos perdedores escancaram política do “toma-lá-dá-ca” para garantir o seu apoio
Sim, é certo dizer que nem todos vão agir do mesmo modo. Ou pelo menos se imagina que sim. Também é correto afirmar que abrigar propostas de partidos derrotados pode significar uma boa maneira de alcançar a simpatia de quem foi derrotado, eventualmente tem votos, e pode ajudar na, se presume, acirrada disputa do turno final.
É igualmente crível que, nesse momento, discussões acerbas aconteçam. O exemplo pode ser o PDT, onde há um grupo de militantes graúdos descontentes com o que seria uma manifestação de Marcelo Bisogno, que, para uns e outros, estaria falando apenas em seu nome e não do partido – que até este momento não se reuniu para avaliar o pleito.
Tudo isso é do jogo democrático. E tende a ser levado a bom termo. No entanto, é preciso que se diga haver bolsões importantes a deixar absolutamente claro que a política do “toma-lá-dá-cá” ainda vigora, e com bastante força. Ou, dizendo de outra forma, o clientelismo e a busca de novos espaços na base da troca de votos por cargo têm uma força extraordinária também na política santa-mariense.
E, o mais interessante, isso está ficando explícito, com protagonistas falando disso abertamente. Há dois exemplos nas últimas 24 horas, desse tipo de comportamento.
Um você encontrou no jornal A Razão desta quinta-feira. Foi a manifestação do presidente do PTB, Jair Binoto. Ele deixou absolutamente claro que o partido elegeu dois vereadores (embora tenha perdido a eleição majoritária, na qual apoiou a dobradinha governista Fabiano Pereira/Magali Marques da Rocha). E que esses dois votos na futura Câmara devem significar “participação” no governo.
O outro foi no Feicebuqui. Dê-se o desconto por tratar-se de um novato. Ainda assim é preocupante ver um vereador eleito por partido que perdeu a eleição à Prefeitura escrever, num comentário, essas palavras exatas: “vereador não tem essa autonomia (se referindo a fazer obras), mas secretário sim. E é isso que vamos pedir: secretarias…”
Bueno, se isso não é explícito, qual a palava correta?
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