Oposição e diálogo – por Maiquel Rosauro
A esquerda santa-mariense sentiu o golpe. Não era esperada uma derrota no domingo. As pesquisas mostravam uma vitória apertada, mas nos últimos dias Jorge Pozzobom (PSDB) conseguiu a virada por méritos próprios.
Conversando com líderes de movimentos sociais e de sindicatos neste início de semana, ficou evidente o sentimento de frustração. Por outro lado, há também a sensação de que foi realizada a melhor campanha dentro das possibilidades. Entende-se que a forte mobilização nacional contra o Partido dos Trabalhadores (PT) teve um peso fundamental para a vitória de Pozzobom.
Soma-se a isso o fato da esquerda estar rachada. Muitos petistas criticam a falta de apoio de PSTU e PSOL neste segundo turno, o que poderia ter ajudado a reverter os 226 votos que faltaram a Valdeci Oliveira (PT).
Todavia, lideranças de esquerda que realizam ações em parceria com o poder público entendem que o cenário que se apresenta pode ter avanços com o tucano no poder.
“Melhor o Pozzobom do que o Schirmer ou o Fabiano”, me disse um conhecido líder social no início da manhã de segunda-feira.
Uma das principais críticas ao ex-prefeito Cezar Schirmer (PMDB) era a falta de diálogo com os opositores. Alguns sequer eram recebidos pelo peemedebista. Já Fabiano Pereira (PSB) é visto com desconfiança, já que até pouco tempo atrás estava nas trincheiras do PT.
Embora Pozzobom represente o principal partido de direita do país e seja o adversário natural de qualquer liderança de esquerda, há um profundo respeito pelo tucano. Seus opositores apostam no diálogo com o novo chefe do Executivo, ao mesmo tempo em que irão cobrar todas as promessas de campanha. Logo, projeta-se que a política de “quanto pior melhor” deve passar longe de Santa Maria.
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