Artigos

Um homem bom – por Bianca Zasso

biancaAmanhã é dia dos namorados e, para não perder a oportunidade, esta coluna vai falar de amor. Não o amor dos coraçõezinhos desenhados nos cartões e dos jantares à luz de velas, mas um amor que brota de onde menos se espera e muda destinos que pareciam estar fadados ao fracasso. Um amor entre um homem e uma menina. Não pense bobagens. É um sentimento sincero, capaz de uma reviravolta pouco vista no cinema.

O profissional, dirigido por Luc Besson em 1994, é mais lembrado por ser um bom filme de ação do que uma película sobre a redenção de um homem por meio do amor. Talvez por isso ele seja a última opção de muitas pessoas quando a ideia é se emocionar com um filme. A história do matador de aluguel Leon, de longe a melhor interpretação da carreira do ator Jean Reno, poderia ser focada apenas em sua trajetória de imigrante que encara o ofício de matar como uma forma de sobreviver e pagar as contas. Seu melhor amigo é uma planta, que ele cuida com uma delicadeza pouco condizente com os gestos que sua profissão exige.

Porém, sua revolução interna se dará não pelo seu companheiro vegetal, mas por um par de cativantes olhos castanhos. Mathilda, interpretada por uma jovem e já talentosa Natalie Portman, tem a família dizimada por policiais envolvidos com o tráfico de drogas e encontra no vizinho Leon o conforto que nunca teve. A atuação de Gary Oldman como Stansfield foi elogiada pelos críticos, mas diante da relação complexa entre Leon e Mathilda, o neurótico homem da lei é só um detalhe.

Óbvio que os embates entre o protagonista e a polícia rendem as cenas mais impressionantes de O profissional. Luc Besson sabe como ninguém construir o suspense. No entanto, é nos alívios cômicos que a produção se diferencia. É a troca insólita de uma pré-adolescente que quer aprender a matar para vingar a morte do irmão e a busca de um pouco de amor e ternura do matador.

A vida ganha sentido para Leon, que se descobre um homem de bom coração e não apenas uma arma ambulante. Já Mathilda, mesmo calejada por uma criação sem carinho, consegue desfrutar de um projeto de família. Mesmo bonitinha, Natalie Portman segura o personagem e passa longe dos estereótipos das atrizes mirins que exalam meiguice. É tão normal que fica difícil saber se é interpretação de qualidade ou uma garota sendo uma garota diante de uma câmera.

O profissional pode ser uma boa pedida para os casais que ainda não planejaram a comemoração da noite de amanhã. Não rende clima de romance, mas os comentários vão durar horas. Ou, faça como esta colunista e esqueça que o dia dos namorados existe. Andar na contramão é bem mais divertido. E amor não precisa de data marcada.

O profissional (The professional)

Ano: 1994

Direção: Luc Besson

Disponível em DVD, Blu-Ray e na plataforma Netflix

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo