A caçada – por Maiquel Rosauro

Eu conheço todas as cidades da região, de Paraíso do Sul até São Francisco de Assis e de Cruz Alta até Lavras do Sul. Em cada uma delas fiz amigos e contatos profissionais. Porém, foi em Pinhal Grande, na Quarta Colônia, onde estabeleci os laços mais fortes. Lá conheci uma linda gringa, há seis anos, que hoje mora comigo em Santa Maria.

Por falta de um pátio maior em casa, nossos beagles (o Bob e a Bella) ficaram em Pinhal Grande, na casa dos pais da gringa. Gosto de pegar os cachorros e fazer longas caminhadas pelas estradas do interior, entre 10 e 20 quilômetros. Todavia, vou ter que rever o trajeto na viagem que programamos para o final de semana.

A região onde caminho com os cães é a mesma onde Ariosto da Rosa, 41 anos, assassinou uma criança, dois adolescentes e um idoso há uma semana. Mais de 40 policiais, cães farejadores e um helicóptero já foram usado em sua captura, até o momento, sem sucesso.

Não é surpresa que o assassino ainda não tenha sido encontrado. A região é repleta de morros, penhascos, matas e estradas de chão repletas de bifurcações. E não muito distante está o alague da Usina de Dona Francisca.

Quando passeio com os beagles nunca me preocupo em levar água. Pelo caminho, sempre encontramos água potável em torneiras junto a galpões de propriedades. Isso sem falar nos inúmeros riachos que seguem em direção ao alague… Pelo caminho também já achei banana, laranja, bergamota, pêssego, limão, cana e uva. Ou seja, é muito fácil encontrar alimentos, sobretudo, para uma pessoa que mora a vida inteira na região.

Pelas informações que chegam até a imprensa, Ariosto continua pelas redondezas e creio que seja uma questão de tempo até ele ser preso ou matar outra pessoa. Porém, para a caçada ter sucesso, é necessário delimitar as propriedades da região. Em Pinhal Grande todo mundo conhece todo mundo…

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