ASSEMBLEIA. Na votação do “Pacotaço de Sartori”, Valdeci questiona economia com o fim das fundações
Por TIAGO MACHADO, com foto de Guerreiro, da Assembleia Legislativa
A Assembleia Legislativa entrou no segundo dia de votações do pacote de projetos do governador Sartori. No primeiro dia, na segunda (19), foram mais de 13 horas de debates e apenas três projetos foram votados e aprovados: o que reestrutura a Agência de Desenvolvimento (AGDI), o de reestruturação administrativa e outro que trata da cedência de servidores da segurança pública.
Nesta terça (20), estão em pauta os projetos que preveem a extinção de nove fundações estaduais, entre outras, a Fundação de Produção e Pesquisa em Saúde (FEPPS), a Fundação de Ciência e Tecnologia (CIentec), a Fundação de Economia e Estatística (FEE), a Fundação Zoobotânica (FZB) e a Fundação Piratini, que abrange a TVE e a Rádio FM Cultura.
O deputado Valdeci Oliveira (foto) foi à tribuna do Parlamento gaúcho defender a manutenção dos órgãos. Ele afirmou que a economia prevista com a extinção das fundações é irrisória. “Representa 0,23% do orçamento do Estado. É uma economia fictícia com setores diretamente responsáveis por fazer pesquisa, ciência, tecnologia, saúde, entre outras áreas fundamentais. Dizer que esse projeto é fundamental para resolver o problema das finanças do Estado é brincar com a inteligência do povo gaúcho”, afirmou Valdeci.
AGDI – Na noite de segunda, Valdeci, também na tribuna da Assembleia, lamentou a aprovação, por 36 a 17 votos, do projeto que transforma a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) em um escritório vinculado à Secretaria Geral de Governo. “Só faz isso o governo que entende o desenvolvimento econômico como um tema menor, um tema de segundo escalão. No governo Tarso Genro, o patamar de crescimento do Estado foi significativo muito em função dos investimentos conquistados por meio do trabalho da AGDI”, destacou Valdeci.
(*) Até às 18h 50 min, os projetos de extinção de fundações continuavam sendo debatidos em plenário, sem votação.
Orçamento 2016 do RS é de 63,4 bilhões de reais (receita). Provavelmente não deve ter alcançado o valor, mas para analisar o que disse o deputado serve. 0,23% disto representa perto de 146 milhões de reais. Mais ou menos a mesma quantia que o governo estadual liberou em maio deste ano para pagar parte dos atrasos nos pagamentos do SUS aos hospitais do RS.
Ou seja, o petista Valdeci tentou engrupir de duas formas: usou o menor número possível (a porcentagem) para minimizar a economia; utilizou um numero base que é ficciosamente alto, a receita estimada do orçamento.