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ESTADO. As seis frases que, segundo o jornal Sul21, resumem cenário político do governo Sartori em 2016

O governador gaúcho José Ivo Sartori e as seis frases (nem todas dele) emblemáticas de 2016, na avaliação da redação do Sul21

Da Redação do jornal eletrônico SUL21, com foto de MARCELO CAMARGO, da Agência Brasil

No ano em que o governo de José Ivo Sartori (PMDB) enfrentou uma das mais graves crises de Segurança Pública do estado – com o menor efetivo da Brigada Militar dos últimos 30 anos, 15 mil homens para 11 milhões de habitantes – e assumiu como plano de governo os cortes de estruturas estaduais e repasse dos serviços à iniciativa privada, 6 falas do governador e de secretários resumiram o cenário político da administração. Confira quais são elas:

1.”Não vai ter vida fácil para o crime”

Em março, o governador José Ivo Sartori (PMDB), prometeu em reunião com o comando da Brigada Militar e da Polícia Civil, que em 2016 não teria “vida fácil para o crime”, no Rio Grande do Sul. Não só 2016 foi o ano em que crimes brutais dominaram as manchetes do estado – desde assassinato no saguão do aeroporto Salgado Filho a execuções frequentes na Capital – mas o governador chega ao fim do ano com relações estremecidas com boa parte dos servidores da Segurança Pública.

“Não vai ter vida fácil para o crime, assim como a nossa vida não tem sido fácil. Estamos conscientes do desafio e das dificuldades que existem nesta área, mas não houve, nos últimos anos, tantas operações como agora. Operações tecnicamente bem organizadas e com resultados concretos. E tenho certeza que a polícia continuará cumprindo o seu papel, que é o de combater o crime”

2.Operação Desmanche

Na metade de julho, quando as políticas de governo já começavam a apontar para possíveis privatizações e extinções de órgãos estaduais, José Ivo Sartori participou de uma reunião que tratava de uma ação da Secretaria de Segurança Pública contra desmanches ilegais. O comentário do governador, no entanto, permitiu uma dupla interpretação sobre as marcas de sua gestão:

“A Operação Desmanche já é uma marca do nosso governo”

3. Um ‘gênio’ para a Segurança

Depois da exoneração do secretário de Segurança Pública, Wantuir Jacini, Sartori resolveu chamar um amigo de longa data para ocupar o cargo. “É a pessoa certa para o momento certo. Espero que Deus nos ilumine nesta missão”, disse o governador na posse de Cezar Schirmer na pasta. Durante a cerimônia Schirmer citou números nacionais da violência e disse ainda não conhecer os do estado. “A partir de agora, vou me aprofundar e me encharcar de informação. A imprensa gaúcha, que é um exemplo de imparcialidade e isenção, não ouvirá de mim explicações, omissões ou transferências de responsabilidades”, prometeu à época. A maior promessa do novo secretário, no entanto, foi usar criatividade. Ele criticou inclusive governantes que aumentam impostos, medida adotada por seu amigo Sartori, em 2015.

“É na escassez que se revela um gênio. O povo não suporta mais soluções tradicionais como aumentar impostos. Precisamos de soluções criativas e novas parcerias. Nem tudo é dinheiro. Não vou ficar repetindo soluções tradicionais, batendo à porta da Secretaria da Fazenda. Precisamos fazer uma parceria com toda a sociedade para enfrentar essa guerra”

4. ‘Me dá uma mão para a campanha?’

O secretário da Fazenda Giovani Feltes, participando de um evento, em Carlos Barbosa, na Serra Gaúcha, começou a falar sobre legalização de Caixa Dois e pedia que suas declarações ficassem “em off”. Não funcionou. Entre as declarações polêmicas do secretário, no mesmo dia, estão ainda a afirmação de que a cidade de Novo Hamburgo teria eleito um traficante. Mas a fala principal de Feltes foi esta:

“Em off, pessoal: anjo não se elege nem vereador em Carlos Barbosa. A gente tem que tirar e afastar essa hipocrisia. Eu tenho dez eleições nas costas, 12 anos de vereador, 12 anos prefeito, 12 anos deputado estadual. Desde os 18 anos e não perdi uma eleição. Em off: [o beneficiário dizia] ‘me dá uma mão para a campanha? Eu tenho R$ 5 mil, R$ 10 mil, R$ 50 mil, mas não coloca meu nome na tua prestação de conta’. Quem dizia que não? Precisa. Tinha que acabar um pouco com essa hipocrisia. Essa [última] campanha foi melhor, sim, mas ela beneficia quem é mais conhecido, já tem um certo desequilíbrio”.

5. Bombas em defesa da democracia

O pacote de medidas do governo Sartori foi votado com blindagem do Batalhão de Choque da Brigada Militar, na Assembleia Legislativa, em dezembro. O forte aparato policial mobilizado para conter manifestações de servidores públicos foi criticado por deputados e pela população. Durante os protestos de 2016 contra os governos Sartori e Michel Temer (PMDB), a repressão policial também virou pauta. Logo no segundo dia de votação, após relatos de bombas de gás atingindo estabelecimentos no entorno da Praça da Matriz e o som das explosões chegando até o Plenário, o secretário Schirmer esteve na AL e defendeu a ação de sua pasta:

“Foi feito com meu consentimento e com meu apoio, por uma razão óbvia, o Parlamento é um dos pilares da democracia. Qualquer atentado ao Parlamento é um atentado à democracia. Esta Casa foi invadida muitas vezes, quem invade o Parlamento está atentando contra a democracia, contra a liberdade de decisão do Parlamento. É inaceitável, protesto é legítimo dentro da lei, não cumprir a lei, qualquer que seja ela, é sempre um atentado à segurança, é sempre um ato de violência e isso tem consequência na segurança pública”

6. Vida longa…mas não muito

Antes de extinguir 9 fundações estaduais de pesquisa, alegando que elas seriam onerosas para o Caixa do estado, Sartori e membros de seu governo sabiam reconhecer o trabalho dos servidores concursados ligados à elas. O deputado Gabriel Souza (PMDB), líder do governo na Assembleia Legislativa e médico veterinário, em julho de 2015, havia definido a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) como “história de pioneirismo e excelência na área” e defendendo que seus programas tivessem continuidade. Já Sartori, em março do mesmo ano, ergue um brinde à mesma TVE e FM Cultura que um ano e 9 meses depois ele iria fechar:

“Vida Longa à Fundação Piratini”

PARA LER A ÍNTEGRA, NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI.

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3 Comentários

  1. Estes “jornais” só sobrevivem porque tem “padrinhos” que os divulgam. Senão já teriam desaparecido. Só falam o que lhes convém !!!! Aliás o “Intelectual” desapareceu !!!! Tipo Guri que fez arte e foge !!!!

  2. Sem discordar de tudo o que foi escrito, só tenho pena que este jornal não fez o mesmo com os Governos anteriores. Poderia mudar seu nome de SUL21 para PT13 !!!

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