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O que eu penso da missão à Alemanha

Quem me lê, ouve e escuta pode concordar ou não comigo. No entanto, sabe que ficar em cima do muro não é exatamente o meu padrão. Por isso, deixo neste espaço a minha opinião a respeito da importância da ida de santa-marienses, do poder público e privado, à Feira de Hannover – tão contestada entre os vereadores de oposição ao governo municipal. O que, aliás, é absolutamente legítimo. Do contrário, não seria oposição. Agora, por favor, que ninguém critique apenas por criticar, por oportunismo ou por demagogia ou por qualquer outra razão menor.
      Quanto a mim, reconheço que tinha algumas (poucas) dúvidas. Que foram completamente dirimidas ao estar lá, in loco, verificando o que acontece e, sobretudo, ouvindo, ouvindo muito as experiências relatadas por participantes mais antigos. Como os de Canoas, por exemplo. De lá foram o prefeito, por sinal do PSDB, o presidente da Câmara, um ou dois (não tenho certeza do número exato) secretários municipais e 18 (esse é o número correto) empresários. E foram, todos, com subsídio do poder público – a Prefeitura bancou, com apoio do Legislativo, quase dois terços do custo, estimado em R$330 mil. São dois anos consecutivos de visita a Hannover. E os resultados, se são tímidos, já existem. Acho que relatei, em nota enviada de lá para esta página, que uma empresa encaminha a venda, para uma indústria germânica, 300 mil peças de um único item.
      E falei também com o pessoal de Panambi. Lá, a prefeitura subsidiou a ida dos empresários, além de ter, ela própria, enviado uma representação. Ah, e o prefeito é do PMDB. O que permite supor (sou meio burro, mas nem tanto) que o desenvolvimento de uma comunidade não tem cor partidária. Tem, apenas, visão de futuro. Nada além disso.
      Agora, pergunto eu: em que pé estão, do ponto de vista do mercado externo, Canoas e Panambi? Há outros exemplos, mas fico com estes, que, creio, são suficientes. Não precisa ser muito esperto, basta consultar os indicadores da Fundação de Economia e Estatística (vinculada ao governo estadual) e o IBGE (do governo federal). São comunidades, no caso de Canoas, muito mais desenvolvidas que a nossa, e Panambi, em crescimento contínuo.
      Resumindo: acho que Santa Maria tem que ir, sim, a Hannover, a Gelsenkirchen (onde encontros de cooperação muito interessantes para o município podem ser ampliados, especialmente na área de desenvolvimento regional e empreendedorismo), a Milão, a Bilbao (cidades que têm feiras importantes) e a outros locais, não importa de que parte do planeta. E tudo porque o mundo é global, com o perdão da redundância. E Santa Maria tem que estar presente.
      Por favor, não confundamos os assuntos. Uma coisa (as nossas dificuldades econômicas, bem especificamente) é uma coisa. E outra coisa (a necessidade de atualizarmo-nos e plantar para colher no futuro) é outra coisa. Ambas muito distintas.
      Não queiramos resultados para a semana que vem, o mês que vem, o ano que vem ou nos anos que vêm. Não há data para isso. Mas tem que começar. Do contrário, não alcançaremos nada. E digo mais: esse é um pensamento que deve ter todo o parlamentar, todo o empresário, todo o professor, toooodos, enfim. Não importa o partido, a religião ou o raio que o parta. Tem que fazer. O resto.. bem.. o resto é conversa mole e jogar para a arquibancada.
      É o que penso. E tenho dito.

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