SECRETARIADO. Pozzobom chama Falk e Serro para a Prefeitura. Mas ainda há broncas, inclusive na Saúde
Fonte do editor garante: os secretários de Saúde e Mobilidade Urbana têm perfil político, ao passo que os titulares da Educação e das Finanças serão notadamente técnicos. Eis aí as únicas dúvidas relevantes do secretariado de Jorge Pozzobom, a ser anunciado na próxima segunda-feira às 8 da manhã. Também estão na cota de indefinidos (ou não disponíveis ao público, ao menos) os titulares da pasta de Gestão e Modernização Administrativa e de Meio Ambiente. Neste ultimo caso, ressalve-se: REPORTAGEM dos colegas Marcelo Martins e Ticiana Fontana, do Diário de Santa Maria, aponta o nome de André Domingues, suplente de vereador eleito, como o escolhido.
Dito isto, vamos ao que está mais que confirmado, segundo fontes muito próximas ao grupo de transição e aos próprios ungidos pelo novo comando do Executivo da comuna, a partir de 1º de janeiro.
Uma surpresa, talvez, seja o reposicionamento de Alexandre Lima. O administrador, empresário e presidente do PSDB era dado como certo para uma das pastas econômicas. No entanto, irá para o Gabinete de Governança: atuará na Ouvidoria e na Controladoria, funções estratégicas mas pouco valorizadas por sucessivos governos. A colocação de Lima, ali, pode indicar uma mudança importante.
Outra novidade, vamos dizer assim, é a atração de dois empresários conhecidos, um deles sem filiação partidária, mas amplo prestígio entre seus pares; outro ligado oficialmente ao PDT e ex-candidato a vice-prefeito, e também com realce na sua categoria, como presidente da Câmara do Dirigentes Lojistas. São os casos, respectivamente, do presidente da Agência de Desenvolvimento, Vilson Serro, que irá para o estratégico Instituto de Planejamento (que já presidiu, quando se chamava Escritório da Cidade, no governo Valdeci Oliveira); e Ewerton Falk, que cuidará de pasta que, reiteradamente, Pozzobom tem valorizado: o Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação.
Por fim, outras novidade são a chegada, pela primeira vez em cargo público, ao que se sabe, da arquiteta Angela Pisani e do militar do exército Coronel Almeida Rosa.
Será dela a grande responsabilidade de assumir uma sempre polêmica e com embates seguidos com o empresariado, sobretudo da construção civil, “Estruturação e Regulação Urbana”. Já ele assume aquele que, historicamente, é o grande “pepino” de uma administração: a Infraestrutura e Serviços Públicos. São as demandas do dia-a-dia (calçamento, buracos, iluminação etc) e que virou um verdadeiro crematório da popularidade de politicos. Como ele não é da categoria, será menos permeável às pressões. Bueno, é o que se supõe tenha sido uma das razões para a escolha.
Os demais nomes já eram conhecidos há algum tempo do leitor do site, pois aqui foram citados como certos. São os casos do Pastor João Chaves, do PSDB, que assume o Desenvolvimento Social e abre caminho para a suplente, do mesmo partido, Pastora Lorena; e de Marta Zanella, do PMDB, na Cultura, Esporte e Lazer, dando chance a João Kaus, o primeiro suplente, de manter-se no Legislativo.
Assim, o que resta, mesmo, de importante, são as pastas mais difíceis. As que sofrem pressões maiores, inclusive de partidos aliados. Abaixo, uma relação dos nomes definidos, incluído na lista também Domingues, citado na reportagem do DSM:
Casa Civil – Guilherme Cortez
Procuradoria – Giovani Bortolini
Ouvidoria/Controladoria – Alexandre Lima
Instituto de Planejamento – Vilson Serro
Desenvolvimento Social – Pastor João Chaves
Cultura, Esporte e Lazer – Marta Zanella
Estruturação e Regulação Urbana – Angela Pisani
Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação – Ewerton Falk
Desenvolvimento Rural – Rodrigo Menna Barreto
Infraestrutura e serviços públicos – Coronel Almeida Rosa
Meio Ambiente – André Agne Dominges
EM TEMPO: há dúvidas, ainda, sobre qual será a participação, no governo, do PTB, do PR e do próprio PP, partido que tem só o vice, Sérgio Cechin, confirmado. A conferir.
Novidades têm sempre o benefício das possibilidades. Uma arquiteta, que faz as pessoas primariamente pensar em estética, tem formação em urbanismo também. Com um pouco de sorte sabe quem é Jan Gehl (e sua turma) e começa o trabalho formiguinha de mudar a mentalidade da aldeia.
Meio ambiente com mais um advogado, vai precisar de um adjunto (conhecer direito aeronáutico não habilita a pilotar aviões).
Coronel Almeida Rosa era do Quadro de Estado Maior, logo tem formação em gestão e muito provavelmente prática. Também foi RP da 3 DE.
No frigir dos ovos, o jogo é jogado e o lambari é pescado. Vamos ver os resultados,
Pozzobom já fez pior, quer transformar o Plano Estratégico de Desenvolvimento em lei. documento que não tem base nenhuma na realidade. É um apanhado de alucinações eivado pelo “wishful thinking”.
A pata de Gestão e Modernização Administrativa é para inglês ver. Pelo que sei atualmente é ocupada por uma advogada que será sucedida por um advogado. Ou seja, alguém com formação na área deve atuar como adjunto , porque o titular é decorativo, não tem formação na área, sopesadas as óbvias manifestações contrárias. Organização, métodos, processos, garantia da qualidade, nada disto é objeto de estudo no curso de direito.
Obvio que existem limitações, mas a crítica nunca é direcionada às pessoas, mas às idéias e atitudes. São pessoas bem intencionadas, mas têm suas qualidades e limitações.
Falk é PDT. Eles têm uma visão atrasada do mundo e, pior, acham que são “vanguarda”. Defendem intervenção importante do Estado na economia. Serro é uma incógnita. Não sei se pode é possível afirmar que começou algo no setor público que tenha funcionado 100% como prometido. Pergunta simples: começou, entrou em funcionamento e está 100%. Resposta sim ou não. Sem promessas nem desculpas.
Vi ali uma pasta de nome “Gestão e Modernização Administrativa”. Muito bom.
“Excuse me”. Apenas uma perguntinha. Tem como realmente modernizar uma prefeitura, um Estado, uma empresa privada, uma fundação, um grêmio estudantil, qualquer coisa, com as mesmas pessoas? Se não se pode demitir?
Por favor, não estou dizendo que se tem de demitir todos, não estou dizendo que para modernizar é preciso demitir antes, estou dizendo que quando se tem a intenção de realmente modernizar, quando se precisa tornar os processos internos mais eficientes, quando se tem de implantar modernidades tecnológicas, e isso é necessário porque diminui a conta que pagamos como contribuintes, o “enxugamento” é natural e algumas cabeças precisam rolar. Isso acontece em qualquer lugar do mundo.
Então quero concluir que a estabilidade no serviço público desse país é um impeditivo para uma modernização eficiente, isso é notório. Mesmo assim, boa sorte ao “gerente”.