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”I love PMDB”.Louca briga por um partido que não é partido, mas um quebra-cabeças oportunista

Já escrevi sobre a importância da gênese. Pelo menos para quem, como este (nem sempre) humilde repórter viveu a infância e a adolescência no bipartidarismo. Sim, é importante saber o que foram MDB e Arena. E ver quem, daqueles tempos duros, está hoje no poder ou fora dele. Ou, simplesmente, como se comporta a geografia política do momento. Não é difícil entender, creia. Ou, por outra, é fácil se surpreender.

 

Veja-se, por exemplo, José Sarney. Era Arena. Hoje é PMDB. É a síntese do oportunismo em que se transformou o autoproclamado sucedâneo do MDB, que se opôs à Arena, que era o partido do Poder autoritário.

 

Veja-se outro exemplo, este local. Cezar Schirmer. Lutou contra a ditadura da trincheira estudantil e, depois, parlamentar. Era do MDB. Hoje é do PMDB. Que não é o do Sarney – mais do que crer, torço.

 

São iguais, Schirmer (e muitos outros) e Sarney (e não poucos)? Não, não são. E entre eles, ou ao lado deles, ou acima deles, ou abaixo, há muitos outros. Que MDB (ou PMDB) representam? Não sei.

 

Uns, os que se alinham com Schirmer, respeito. Não raro concordo. Os outros, desprezo. O problema é que estão juntos, ao menos no ponto de vista da formalidade. E daí que não se sabe nunca em qual confiar. E aí não se trata de pessoas, mas de idéias. Quais delas valem?

 

Por essas e outras, o PMDB é um quebra-cabeças. E oportunista, na sua cúpula. E é a que negocia. E a que negaceia. Ao ponto de saber-se que pouco importa quem o partido apoiará em 2010. Tanto faz se Dilma (Rousseff) ou (José) Serra ou Aécio (Neves). Nenhum terá todo o PMDB – embora os três, creia, tenham sido do MDB (o da gênese). E qualquer um terá, depois de eleito.

 

Pergunto: como confiar em qualquer deles e qual o cacife de cada parte do quebra-cabeças? Problema de quem quer aliar-se. Ou será da Nação? Ah, sobre a disputa por esse conjunto de peças que nunca vão formar um todo, acompanhe a última nota, ou a mais recente, escrita por Josias de Souza. Ah, a foto é de Fábio Pozzebom, da Agência Brasil. A seguir:

 

“Serra, Aécio e Dilma batalham pelo PMDB

 

Três possíveis candidatos à presidente têm lutado para atrair o PMDB para seus projetos políticos. São eles: a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e os governadores e tucanos José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais).

 

Maior partido na Câmara e no Senado, o PMDB é fundamental para a governabilidade dos presidentes da República no Congresso. Sem falar no valioso tempo de TV na propaganda eleitoral e na grande penetração nas pequenas e médias cidades. Ou seja, é um parceiro que fortalece muito o candidato à presidente.

 

Serra entrou de cabeça na eleição do deputado federal Michel Temer, presidente do PMDB, para comandar a Câmara dos Deputados. Temer é aliado do governo federal. Por que Serra se empenha tanto por ele?

 

Porque tem esperança de, no mínimo, inviabilizar uma aliança forma do PMDB com Dilma, projeto arquitetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (na foto, entre Sarney e Temer) para vitaminar sua candidata. Serra atuou para que…”

 

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra do artigo ““Serra, Aécio e Dilma batalham pelo PMDB”, de Kennedy Alencar, na versão online da Folha de São Paulo.

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