Coluna

Um novo Oz – por Bianca Zasso

bianca-aNão é preciso ter filhos para saber que os pequenos adoram assistir centenas de vezes o mesmo filme. Como esta colunista não obteve uma explicação científica sobre o fato (quem tiver, entre em contato, por favor), sua intuição diz que é porque quando uma história nos faz bem, ela nunca é vista da mesma forma. Por mais que seja da nossa natureza buscar a novidade, sempre acabamos voltando, de tempos em tempos, para nossos velhos amores. Porém, voltamos diferentes. Logo, os filmes também não são os mesmos, apesar das imagens diante de nossos olhos continuarem as mesmas. O mágico de Oz, clássico dirigido por Victor Fleming em 1939, é um dos muitos exemplos de filmes que cresceram ao lado de seus espectadores.

Inspirado no livro homônimo escrito por L. Frank Baum, O mágico de Oz costuma integrar a lista de histórias para a hora de dormir e resumido como a jornada da menina Dorothy e seu cachorrinho Totó para encontrar o mágico que a levará de volta para sua casa no Kansas. Como tempero temos um homem de lata que quer um coração, um espantalho que sonha ter um cérebro e um leão que deseja coragem. Ah, e tem a Bruxa Má do Oeste para demarcar o caminho da vilania. Este é o filme para a espectadora de pouco mais de 8 anos que eu era na metade dos anos 90.

Uma década depois, no início da vida acadêmica, O mágico de Oz tornou-se um conto sobre voltar para casa, o aconchego da família e a força dos sonhos. A espectadora cresceu e já tinha uma lista de filmes vistos bem mais farta que a de convidados para seu aniversário. Hoje, beirando os 30 anos, as cores, as elipses, a trilha sonora e outros aspectos cinematográficos me encantam e colocam O mágico de Oz como uma das grandes produções da história do cinema mundial. Quem diz isso é a Bianca que escreve há quase quatro anos neste sítio e sabe que nunca vai saber tudo sobre cinema. Ainda bem.

bianca-bToda essa historinha (chata para muitos, bonitinha para poucos) é para falar que não podemos estar nunca convictos sobre nossa admiração por um filme. A cada revisão, não somos mais quem éramos antes não apenas porque vimos mais filmes, mas porque conhecemos pessoas, viajamos, perdemos alguém, choramos e fizemos descobertas. O mágico de Oz sempre será meu ponto de partida, aquele remédio que procuramos quando a vida não vai bem ou quando a felicidade é tanta que queremos dividir, mesmo que seja em uma sessão solitária de DVD.

Não sei se foi a proximidade do Natal, data em que o mundo cobra de nós reuniões familiares pacíficas, ou as mudanças profissionais, mas esta que vos escreve fugiu de suas análises rasas, porém cheias de paixão, para fazer o mais simples: indicar que nas festas de final de ano você assista O mágico de Oz da maneira que lhe parecer melhor. Com trilha do Pink Floyd, numa sala cheia de amigos, com os filhos ou sozinho. Talvez você goste, talvez ache um filme ingênuo demais. Tudo depende da sua capacidade de sonhar. Gostando ou não, Dorothy sabe o que muitos aventureiros desconfiam ser verdade, por mais que doa: não há lugar como o nosso lar. Até quando ele muda de lugar.

O mágico de Oz (The wizard of Oz)

Direção: Victor Fleming

Ano: 1939

Disponível em DVD, Blu-Ray e na plataforma Netflix 

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