João – por Maiquel Rosauro
Eu tinha um amigo chamado João.
Ele era autodidata em inglês e também aprendeu sozinho quase tudo o que precisava saber sobre sistemas da informação.
Eu o conheci há dez anos, no meu primeiro emprego, em uma empresa onde eu fazia o wireframe de sites empresariais e também produzia os conteúdos das páginas.
No começo, achei ele um garoto muito esquisito. Como pode alguém viver sorrindo o dia inteiro?
Porém, tínhamos muito em comum. Assim como eu, ele vivia on-line, nunca falava sobre o seu pai e curtia muito uma festa. Em pouco tempo, nos tornamos grandes amigos.
Após muitas baladas, ele percebeu que este ramo tinha futuro e criou um site no qual postava fotos da noite. Foi um sucesso. Eram milhares de acessos diários e coberturas em várias cidades do Estado.
Um dia eu comprei um carro e ele notou como era mais fácil se deslocar pelas festas com um veículo próprio. Porém, eu odiava ter que emprestar as chaves para ele. O João tinha uma dificuldade tremenda em trocar as marchas. Não foi por acaso que quando comprou seu primeiro carro, adquiriu um Corolla automático.
Também acabei influenciando ele a comprar uma Nikon D3000, câmera que melhorou muito a qualidade de suas fotos.
Nossa amizade foi interrompida na tragédia da Boate Kiss, mas hoje eu tento não lembrar de tudo o que se sucedeu naquele interminável domingo.
Levo comigo todos os grandes momentos de uma amizade incrível – como a vez em que eu o atropelei em Pinhal Grande (eu juro que foi sem querer, mas foi hilário) ou quando fomos fazer compras em Rivera – e também o inconformismo pela falta de justiça quanto aos responsáveis pelo incêndio.
Sexta-feira completa-se mais um ano daquele fatídico domingo. Mais uma data para lembrarmos que ninguém está preso e que nenhum órgão público foi responsabilizado por manter uma boate irregular aberta.
ATENÇÃO
1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.
2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.
3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.
4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.
5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.
OBSERVAÇÃO FINAL:
A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.