SALA DE DEBATE. A espetaculosa da prisão de Eike e o sigilo das delações da Odebrecht: deve cair ou não?
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Um “Sala de Debate” que acabou por se tornar histórico: afinal, é a primeira vez que pai e filho participam de um mesmo programa. No caso, Elvandir José da Costa e Péricles Lamartine Palma da Costa. Curiosamente, ambos presidentes das subsecção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O primeiro nos anos 80, o segundo no presente momento. Ah, e também participou outro convidado habitual, o igualmente advogado Giorgio Forgiarini.
Mas, e o que se debateu, afinal, com a mediação deste editor, entre meio dia e 1 e meia da tarde, na Rádio Antena 1? Basicamente dois temas. Um, a espetaculosa prisão de Eike Batista, acompanhado por repórteres desde Nova Iorque. E, claro, todas as decorrências dessa situação. O outro foi a necessidade ou não de abrir o sigilo das delações dos diretores da Construtora Odebrecht. Ficaram muito nítidas duas posições distintas a respeito.
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Bonito fica num microfone, os “super gênios ativar”. Fica parecendo que sabem alguma coisa a mais que não podem mencionar. Chega-se num paradoxo, o país é uma esculhambação e a única coisa que funciona 100% são as conspirações.
Há também o lado ideologico. Os vazamentos são “seletivos” porque pegam mais a petezada. A espetacularização é ruim porque ferrou “nosso amado e eterno líder”. Exime os jornalistas, são “vítimas” dos patrões, não existe má fé, preguiça e incompetência nas redações.
O melhor é abrir o sigilo. A dúvida gera desconfiança. Vão achar que existe encobrimento, favorecimento. Pior do que os vazamentos via grande imprensa são os falsos vazamentos via redes sociais. Listas com nomes e valores. O ideal nunca é obtido, só o possível. É o que a casa tem para oferecer.
Antes o assunto da saúde. Prefeito colocou uma meta. Se ela não for alcançada, o “discurso” deve ser o da transparência. O importante é o resultado, melhorar a saúde, não o que ele vai dizer para não ficar feio e sofrer prejuízo nas urnas. Deixar para o “longo prazo” é a melhor maneira de fazer nada. Já não existe a sensação de urgência no funcionalismo, não sofrem pressão nenhuma. Tudo é passível de “amanhã eu resolvo”.
Prisão do Eike não traz nada de novo e também não é exclusividade tupiniquim. Mais antigos lembrarão a perseguição a O. J. Simpson. Se o sistema judiciário e o carcerário funcionassem mudaria alguma coisa? Não dá para saber. Alguns vão dizer que tudo se resolve com educação. Russia está uns 30 lugares na frente do Brasil no PISA e tem taxa de analfabetismo menor do que 1%. Violência é menor, PIB per capita não é muito diferente. Estão em situação melhor ou pior que o Brasil?
Teorias da conspiração e lendas urbanas à parte, não é só com suborno que funciona o país. Existem também o subordo, os egos grandes, etc. A época de Chatô já terminou faz tempo. Dono de jornal hoje em dia quer saber de faturamento. Esta história de “vasamentos convenientes” é lorota, falam em “interésses” mas nunca mencionam quais são.