Voltar – por Alice Elaine Teixeira de Oliveira
Quantas vezes ainda hei de tentar traduzir em palavras o que sinto? Será que em algum tempo nesta minha vida imperfeita e curta aprenderei o segredo da pintura de quadros com cheiros e cores, usando apenas as minhas emoções? Saberei eu descrever meu íntimo para que outros entendam meus sentimentos, com todas as pequenas e grandes variações de estado?
Não, eu acho que não… tenho certeza que não! Somos seres únicos e jamais faremos os outros receberem um backup exato do que pensamos e sentimos. Seremos sempre como um diamante de beleza ímpar, formados pelo mesmo elemento orgânico e mesma massa atômica, porém com qualidades impossíveis de replicar com a mesma exatidão.
Diante destas constatações só me resta tentar transbordar minha alegria e ansiedade. Deixar transparecer o meu contentamento com o fato de rever minhas boas lembranças e meus horizontes. Querer que saibam o quanto amo estar de volta ao chão no qual reconheço a cor, o cheiro e o som. Que entendam o quanto me faz falta ouvir, sentir e estar onde gostaria de permanecer para sempre.
Sair como um andarilho pelo mundo só tem valor quando se tem um lugar de descanso e deleite para voltar, recarregar e estar. Não precisa ser a mais bela das paisagens, nem o mais confortável dos hotéis, muito menos a mais ricas nas mansões, basta ser um berço de paz, um abraço de amor com seus momentos de pura satisfação.
Ah… não me canso de repetir: como é bom voltar!!!!
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